União Brasil rompe com governo Lula e exige saída imediata de filiados
Ministro do Turismo e outros aliados têm 24 horas para deixar cargos ou serão expulsos
Por Plox
18/09/2025 18h21 - Atualizado há cerca de 11 horas
A Executiva Nacional do União Brasil decidiu, por unanimidade, antecipar a retirada de seus integrantes do governo federal. A medida foi oficializada nesta quinta-feira (18), determinando que filiados deixem seus cargos em até 24 horas — sob pena de expulsão do partido.

A decisão atinge diretamente figuras como o ministro do Turismo, Celso Sabino, que foi comunicado da determinação ainda pela manhã. Até o momento, Sabino não se pronunciou sobre se seguirá ou não a orientação do partido. Caso permaneça no cargo, o União Brasil avalia abrir um processo de expulsão e promover intervenção no diretório estadual do Pará, base política do ministro.
Motivo da Retaliação
A medida foi motivada por denúncias publicadas pelo Instituto Conhecimento Liberta (ICL) em parceria com o UOL. A reportagem traz acusações de um piloto que associa o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, à propriedade de aeronaves que seriam utilizadas pelo grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital). Rueda nega qualquer envolvimento.
O partido atribui a divulgação da matéria a interferência do Governo Lula e do Partido dos Trabalhadores nesses canais de comunicação, que manipulariam as notícias para beneficiar Lula e aliados. O partido cita que um dos autores da reportagem também atua na TV Brasil, emissora pública. Em nota oficial, a legenda afirmou:
"Tal ‘coincidência’ reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária adversária ao atual governo", declarou o União Brasil.
Alinhamento com a Oposição
Recentemente, o União Brasil formalizou uma federação com o PP, chamada União Progressista. Essa nova composição política já sinalizou a entrega coletiva dos cargos no Executivo e uma tendência de apoio a uma possível candidatura à presidência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2026.
O PP, que também integra o governo Lula com o ministro do Esporte, André Fufuca, não se manifestou até agora sobre possíveis desdobramentos dentro da legenda.
A decisão da Executiva Nacional do União Brasil marca uma escalada na tensão entre o partido e o Palácio do Planalto, e reforça o distanciamento de siglas que, apesar de integrarem a base governista, vêm adotando posturas mais independentes no Congresso.