Fabriciano faz encoleiramento de cães para controle e prevenção da Leishmaniose

As coleiras colocadas nos cães vêm com um produto chamado Deltametrina 4%, que repele o mosquito palha, transmissor da doença

Por Plox

18/10/2022 11h42 - Atualizado há quase 2 anos

Uma nova ação na área de Saúde foi iniciada pela Prefeitura de Coronel Fabriciano para barrar uma das endemias mais perigosas da atualidade, a Leishmaniose Visceral. A doença que é endêmica no Vale do Aço, ameaça a vida dos animais e coloca a saúde da população em risco, devendo ser combatida frequentemente.

A medida da Secretaria de Governança da Saúde foi implantar um programa de encoleiramento de animais sadios, evitando assim que eles se contaminem.

Foto: Divulgação

 

As coleiras colocadas nos cães vêm com um produto chamado Deltametrina 4%, que repele o mosquito palha, transmissor da doença. Ao evitar que os animais sejam picados, a Prefeitura de Fabriciano impede a proliferação da doença, e cada vez menos animais contaminados, menos casos serão registrados com a doença e, consequentemente, menos risco de transmissão em humanos.

As coleiras serão trocadas de 6 em 6 meses. A ação faz parte do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral, do Ministério da Saúde, e tem como intuito reduzir a transmissão da leishmaniose visceral canina e humana.

A região dos bairros Caladinho de Baixo e Caladinho do Meio foram escolhidas para o início do projeto, visto que estão no topo dos registros de casos dos últimos anos. Entre 2016 e 2019, houve 166 notificações de casos possíveis de transmissão no município. Deste total, 31 tiveram laudo laboratorial positivo, a maioria na região escolhida para o início dos encoleiramentos. Nesta primeira etapa, serão encoleirados 600 cães. Todos eles são testados antes para garantir que não estejam com a doença.

Foto: Divulgação

 

A bióloga da Prefeitura, Silvia Soares, explica que a transmissão ocorre por meio do vetor (mosquito palha). “Ao picar o animal contaminado, o mosquito leva a doença para o homem. Ao evitar a contaminação nós interrompemos o ciclo da doença e garantimos a preservação da vida desses animais”, disse.

BUSCA ATIVA

Os agentes de endemias envolvidos no projeto estão indo de casa em casa. Os animais não reagentes à doença são encoleirados. O programa é totalmente gratuito e os donos de animais não precisam sair de casa neste primeiro momento para serem contemplados pelo atendimento. Os donos de animais encoleirados devem assumir o compromisso de cuidar da coleira, evitar a perda, roubo ou desvio de qualquer natureza durante o tratamento.

A Gerente de Vigilância em Saúde, Vânia Tavares, disse que o projeto iniciado em setembro de 2022, não tem data para terminar. A proposta é combater a doença continuamente. “Nosso município é endêmico, por isso fomos escolhidos pelo Ministério da Saúde para este projeto. Nossa equipe está empenhada no trabalho e queremos apagar esta mancha que por muitos anos marcou a nossa cidade, reduzindo os casos”, disse.

A LEISHMANIOSE

Doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia. Quando não tratada, pode evoluir para óbito.

TRANSMISSÃO

A transmissão ocorre por meio da picada do mosquito palha, dentre outros. Na área urbana, o cão é o principal hospedeiro. 

SINTOMAS

Febre de longa duração

Aumento do fígado e baço

Perda de peso

Fraqueza

Redução da força muscular

Anemia

TRATAMENTO

Apesar de grave, a Leishmaniose Visceral tem tratamento para os humanos. Procure sua UBS de referência. Nos cães, o tratamento pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos, porém eles continuam como fontes de infecção para o vetor, e, portanto, um risco para a saúde da população humana e canina.


 

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