Pesquisa da UFMG revela alta prevalência de doença genética que eleva risco cardiovascular

Estudo aponta maior incidência de hipercolesterolemia familiar no Brasil, aumentando riscos de infarto e AVC

Por Plox

18/12/2023 15h32 - Atualizado há 9 meses

Um estudo conduzido pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou que cerca de 1% dos adultos brasileiros podem ter hipercolesterolemia familiar (HF), uma condição genética que eleva significativamente os níveis de colesterol no sangue. Esta prevalência é superior à observada em países como Estados Unidos, China e França, evidenciando um cenário preocupante para a saúde cardiovascular no Brasil.

 

Dados alarmantes sobre o colesterol

A pesquisa, que analisou dados laboratoriais de aproximadamente 9 mil pessoas através da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), revelou que 1 em cada 104 adultos no Brasil apresenta possibilidade de ter HF. A pesquisadora Ana Carolina Micheletti, uma das autoras do estudo, destacou a importância da pesquisa: “No Brasil, temos poucas informações da prevalência da HF na população e pode ter lugares no país que o diagnóstico não chega às pessoas. Conhecer a dimensão do problema é fundamental, pois a determinação precoce da HF melhora a qualidade de vida das pessoas afetadas”, disse em declarações ao veículo de origem da informação.

 

Riscos aumentados para jovens

A HF, por ser uma doença genética, pode manifestar-se em qualquer idade, inclusive na infância. “Quem desenvolve a doença tem chance, quase de 50%, de ter um infarto antes dos 50 anos. E às vezes, as crianças com níveis mais alterados, quando chegam por volta dos 20 anos, podem ter esses problemas de AVC e infarto”, explicou Micheletti. O estudo foi liderado pela pesquisadora Débora Malta e contou com a participação dos pesquisadores Elton Junio Sady Prates, Crizian Saar Gomes e Luisa Campos Caldeira Brant.

 

A importância da prevenção

Ana Carolina Micheletti enfatizou a necessidade de manutenção de dados e coletas laboratoriais para melhorar a saúde da população brasileira. Para identificar a hipercolesterolemia familiar, recomenda-se acompanhamento médico regular e atenção a históricos familiares de infarto e AVC. A prevenção inclui alimentação adequada, prática de exercícios físicos e, em casos confirmados, acompanhamento médico especializado e uso de medicamentos para controle do colesterol.

 

 

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