O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, se seu filho Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, tiver participação no esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), também será alvo de investigação. Lula defendeu que as apurações sobre o caso sejam conduzidas com “seriedade” e alcance a todos os suspeitos, sem exceções.
Lula sobre INSS
Foto: Agência Brasil
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18), o presidente relatou ter orientado ministros e integrantes da CPMI do INSS a não pouparem ninguém nas investigações, reforçando que eventuais envolvimentos de familiares também devem ser apurados.
A declaração de Lula ocorre após a prisão, na manhã desta quinta-feira, do número dois do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, no âmbito da operação que investiga o esquema de fraudes no INSS. O presidente disse que não tinha conhecimento prévio de que o auxiliar havia se tornado alvo da ação policial.
Lula afirmou ainda que desconhece quem poderá ser alcançado pelas próximas etapas das investigações da Polícia Federal, mas ressaltou que qualquer pessoa envolvida no esquema deverá responder por seus atos.
Como já havia sido divulgado, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, indicou na última segunda-feira (15) que surgiu a possibilidade de Lulinha ser investigado após seu nome aparecer nas apurações. A fala foi feita durante um encontro com jornalistas.
O nome do filho do presidente surgiu após um ex-funcionário de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, relatar que seu ex-chefe teria feito um pagamento de R$ 25 milhões a Lulinha e lhe repassaria uma mesada de R$ 300 mil. As investigações também apontam que Careca e Lulinha viajaram juntos para Portugal em novembro do ano passado.
As apurações indicam ainda que, em meados deste ano, Lulinha se mudou para a Espanha, movimento que passou a ser observado pelos investigadores.
Uma amiga de Lulinha, a empresária Roberta Luchsinger, também se tornou alvo da nova fase da operação iniciada nesta quinta-feira. Segundo os investigadores, Careca do INSS teria enviado R$ 1,5 milhão a Roberta, o que a colocou no foco das diligências desta etapa da investigação.
