O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, demitiu nesta quinta-feira (18/12) o secretário-executivo da pasta, Adroaldo da Cunha Portal, poucas horas após a deflagração de uma nova fase da operação da Polícia Federal que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Considerado o número 2 da Previdência, ele ocupava o segundo cargo mais importante do ministério.
Alvo da operação, o agora ex-secretário-executivo foi afastado do cargo por decisão judicial e teve a prisão domiciliar decretada. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que ele será substituído pelo procurador federal Felipe Cavalcante e Silva, que atuava como consultor jurídico do Ministério da Previdência Social.
A demissão é vista dentro do governo como uma tentativa de conter danos políticos e administrativos provocados pela operação, que atinge diretamente a cúpula da pasta responsável pela gestão do INSS. A Secretaria-Executiva responde pela coordenação interna do ministério e pela articulação com outros órgãos do governo federal.
Jornalista, Adroaldo da Cunha Portal construiu uma longa carreira no Congresso Nacional, onde atuou por 23 anos. Desde 1999, ocupou cargos de chefia e coordenação de equipes técnicas, como o de chefe de gabinete da Liderança do PDT na Câmara dos Deputados e, posteriormente, posto equivalente no Senado Federal, durante a última Reforma da Previdência.
No governo Dilma Rousseff (PT), exerceu as funções de chefe de gabinete e secretário-executivo substituto do Ministério das Comunicações. Também presidiu o Conselho de Administração dos Correios e integrou o Conselho Fiscal da Telebras, acumulando experiência em órgãos estratégicos da administração pública federal.
Mais recentemente, entre fevereiro de 2023 e maio de 2025, foi secretário do Regime Geral de Previdência Social. Em seguida, assumiu o cargo de secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, do qual foi exonerado após se tornar alvo da operação da Polícia Federal.
A Polícia Federal ainda não detalhou qual teria sido a participação de Adroaldo no esquema sob investigação. A nova fase da operação mobilizou agentes para cumprir 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares.
As ações ocorreram em São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal, em uma ofensiva que reforça o alcance nacional das apurações sobre fraudes no INSS.
