Não perca nenhuma notícia que movimenta o Brasil e sua cidade.
É notícia? tá no Plox
Polícia
Polícia Civil desarticula esquema que ocultava mandados de prisão e multas em sistemas públicos no RJ
Operação em Cabo Frio mira quadrilha que invadia sistemas judiciais e de trânsito para esconder ordens de prisão, multas e débitos de IPVA, beneficiando criminosos ligados ao Comando Vermelho
18/12/2025 às 08:27por Redação Plox
18/12/2025 às 08:27
— por Redação Plox
Compartilhe a notícia:
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18), uma operação em Cabo Frio, na Região dos Lagos, contra um esquema de invasão a sistemas públicos para manipular mandados de prisão e outros dados judiciais, como multas de trânsito e débitos de IPVA.
Segundo as investigações, o grupo criminoso cobrava cerca de R$ 3 mil para ocultar ordens judiciais no Banco Nacional de Medidas Penais, beneficiando criminosos ligados à facção Comando Vermelho. A atuação do esquema atingia diretamente a efetividade de decisões judiciais e a execução de penas.
Policiais civis cumprem mandados em Cabo Frio
Foto: Reprodução
Alteração de dados em sistemas oficiais
De acordo com a polícia, os suspeitos acessavam o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP) utilizando VPNs e credenciais obtidas de forma ilícita. Como não era possível excluir os mandados, eles alteravam informações que permitiam a localização das ordens judiciais.
Dessa forma, ao consultar o sistema pelo nome correto, policiais não encontravam registros ativos, o que criava a falsa impressão de inexistência de mandado de prisão contra determinados investigados ou condenados.
Ao longo do inquérito, os investigadores constataram que o mesmo método era usado para manipular outros bancos de dados públicos, incluindo registros de multas de trânsito e débitos de IPVA, ampliando o alcance da fraude e os prejuízos aos cofres do Estado.
Segundo a Polícia Civil, os criminosos também ameaçavam os próprios contratantes, afirmando que, caso não efetuassem o pagamento combinado, novos mandados de prisão poderiam ser inseridos contra eles.
Rastreamento do dinheiro e identificação do grupo
Para chegar aos envolvidos, os agentes identificaram primeiro os responsáveis pela divulgação dos anúncios do serviço ilegal em redes sociais e, a partir daí, passaram a rastrear o fluxo financeiro do esquema.
Nesse acompanhamento, foi constatado que a namorada de um dos suspeitos cedia a própria conta bancária para movimentar o dinheiro obtido de forma criminosa, o que levou à descoberta de conexões com criminosos em Minas Gerais.
O líder do grupo também foi identificado. Ele já havia trabalhado em empresas de certificados digitais e usou o conhecimento técnico nessa área para fraudar um mandado de prisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Após o êxito nessa prática, passou a oferecer o serviço a terceiros, ampliando a rede de clientes e de atuação.
Esse homem chegou a ser preso em setembro por agentes da 36ª DP (Santa Cruz), pelos crimes de violação de segredo profissional, associação criminosa e estelionato.
Dados de servidores públicos usados de forma ilegal
Até o momento, as investigações não indicam a participação direta de servidores públicos no esquema. Segundo a Polícia Civil, os profissionais que tinham acesso legítimo aos sistemas foram vítimas de roubo de dados de login e senha, que teriam sido usados indevidamente pelos criminosos para acessar as plataformas oficiais e mascarar mandados, multas e débitos.