Conitec avalia inclusão de novo medicamento para câncer infantil no SUS
Betadinutuximabe Pode Ser Novidade no Tratamento de Neuroblastoma no Sistema Público
Por Plox
19/01/2024 06h54 - Atualizado há 11 meses
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) está em processo de avaliação de um novo medicamento, o betadinutuximabe (comercializado como Qarziba), proposto pelo laboratório farmacêutico Recordati. Este tratamento, destinado a crianças com neuroblastoma, um tipo de tumor maligno, poderá integrar o rol de medicamentos do SUS se aprovado. A Conitec tem até 180 dias, com possibilidade de extensão por mais 90, para concluir a análise.
O neuroblastoma é o terceiro câncer infantil mais comum, correspondendo a 8-10% de todos os tumores em crianças. No Brasil, estima-se que 387 novos casos surjam anualmente, metade dos quais são classificados como neuroblastoma de alto risco (HRNB). O caso do menino Pedro, de 5 anos, filho da antropóloga Beatriz Matos e do indigenista Bruno Pereira, assassinado em 2022, trouxe atenção recente à doença.
Inovação e Esperança
A Recordati, em nota, reafirmou seu compromisso com o acesso público ao medicamento, destacando sua recomendação por agências internacionais de avaliação de tecnologias de saúde em diversos países. Apesar da Anisa ter autorizado o uso do Qarziba no Brasil em 2021, sua inclusão no SUS ainda depende da aprovação da Conitec.
Indicações Terapêuticas
O betadinutuximabe é indicado para pacientes a partir de 12 meses, que já receberam quimioterapia de indução, alcançando resposta parcial, e que passaram por terapêutica mieloablativa e transplante de células-tronco. Também é recomendado para casos de recidiva ou neuroblastoma refratário, com ou sem doença residual. A empresa destaca que o medicamento, usado em mais de mil pacientes em 18 países, melhora a sobrevida e reduz o risco de recidiva.
Avanços e Desafios
Arissa Ikeda, oncologista do Instituto Nacional do Câncer, em reportagem da Agência Brasil, ressaltou os avanços significativos no tratamento de neuroblastoma na última década. Entretanto, famílias enfrentam dificuldades para acessar medicamentos de alto custo, muitas vezes recorrendo a financiamentos coletivos.
Posicionamento do Ministério da Saúde
Recentemente, o Ministério da Saúde expressou interesse e apoio às pesquisas e avanços tecnológicos que possam ser incorporados ao SUS. Até a última semana, não havia sido feito pedido de incorporação de novos tratamentos para neuroblastoma ao sistema público. A pasta está preparada para avaliar a proposta do laboratório, aguardando a solicitação formal de inclusão.