Mulher tortura e mata onça-parda, Ibama busca responsáveis
Vídeo nas redes sociais expõe ato brutal e levanta debate sobre proteção a animais silvestres no Brasil.
Por Plox
19/01/2025 21h44 - Atualizado há 4 meses
Um vídeo que mostra uma mulher torturando e matando uma onça-parda gerou indignação nas redes sociais e mobilizou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As imagens, amplamente compartilhadas, registram o momento em que a atiradora, acompanhada de um homem e da pessoa que filma, executa o animal de forma cruel.

O ataque e suas consequências
Nas cenas, a mulher utiliza uma espingarda para disparar contra a onça-parda, que estava no alto de uma árvore. Após o disparo, o animal cai ao chão e é imediatamente atacado por quatro cachorros que acompanhavam os responsáveis. A onça tenta se defender, mas acaba sendo morta.
A brutalidade foi condenada por internautas e rapidamente chamou a atenção do Ibama, que busca identificar a agressora e os outros envolvidos. Roberto Cabral, agente de fiscalização do órgão, declarou: "A gente ficou sabendo do caso via internet e o primeiro passo é a identificação da pessoa. Vamos atrás para autuá-la e tomar as medidas."

Impacto ambiental e risco de extinção
A onça-parda, também conhecida como puma, é classificada como "quase ameaçada" no Brasil pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A espécie enfrenta um risco crescente de extinção devido à destruição de habitats e à caça.
As características da vegetação no vídeo sugerem que o crime ocorreu em uma região de Caatinga, bioma caracterizado por sua biodiversidade e vulnerabilidade ambiental.
Penalidades e críticas à legislação
Os envolvidos poderão ser enquadrados por maus-tratos à onça-parda e aos cachorros, com penas variando entre três meses e cinco anos de prisão, além de multas que podem chegar a R$ 3.000 por animal maltratado e R$ 5.000 pela morte da onça. Apesar disso, especialistas apontam que a legislação vigente é insuficiente para combater práticas como essa.
Segundo Cabral, "a legislação para punir pessoas que matam animais silvestres é muito frágil, o que acaba encorajando a prática. Onças são mortas no Brasil por esporte, retaliação quando predam criação e, eventualmente, por medo do animal."
Atualmente, a pena por maus-tratos é maior para animais domésticos (dois a cinco anos) do que para animais silvestres (três meses a um ano), o que levanta críticas de ambientalistas e agentes públicos.
Projeto de lei parado no Congresso
Uma tentativa de endurecer as punições ocorreu em 2022, quando o deputado Ricardo Izar (Republicanos-SP) propôs um projeto de lei para aumentar a pena pela caça e morte de felinos brasileiros para três a cinco anos de reclusão. No entanto, o projeto permanece parado no Legislativo.
Na justificativa, Izar destacou: "A baixa pena prevista, seis meses a um ano, implica em crime de menor potencial ofensivo e não tem sido suficiente para demover os criminosos dos massacres destes animais."
Desafios para a preservação
O caso reacende o debate sobre a proteção da fauna brasileira e a necessidade de medidas mais severas contra crimes ambientais. Enquanto isso, o Ibama segue investigando a identidade dos envolvidos e o local exato do crime, reforçando a importância da denúncia e do rigor na aplicação da lei para frear esse tipo de violência.