Universidade impede aluno com tatuagem nazista de colar grau

UFRGS confirma ocorrência e reforça que apologia ao nazismo é crime

Por Plox

19/02/2025 11h04 - Atualizado há 2 meses

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) impediu um formando de participar da cerimônia de colação de grau após ele comparecer ao evento com uma tatuagem no rosto que remetia a um símbolo nazista. O caso ocorreu na terça-feira (18) e foi confirmado pela instituição nesta quarta-feira (19). A universidade anunciou que registrará um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Federal (PF) para que a situação seja investigada.

Foto: Redes sociais /Reprodução

Intervenção da universidade

Vinicius Krug de Souza, o formando em questão, estava na sala onde os alunos se preparavam para a cerimônia quando foi abordado pelo vice-reitor e pelo coordenador de segurança da UFRGS. A universidade informou que o estudante foi advertido sobre a impossibilidade de colar grau caso não apagasse a tatuagem e alertado de que poderia ser encaminhado à Polícia Federal para que o símbolo fosse analisado.

Diante da situação, o jovem removeu a pintura e participou da solenidade com outros símbolos desenhados no rosto. Em sua defesa, ele alegou que o desenho se tratava de um símbolo hindu e negou qualquer associação ao nazismo.

Posicionamento da UNE e DCE

A União Nacional dos Estudantes (UNE) se manifestou sobre o caso, destacando que "apologia ao nazismo é crime" e exigindo que a universidade anulasse a formatura e a entrega do diploma do aluno. Além disso, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS cobrou uma investigação rigorosa para impedir que casos semelhantes voltem a acontecer.

Nota oficial da UFRGS

A UFRGS reforçou, em comunicado oficial, que a cerimônia de formatura ocorreu dentro da normalidade para preservar os demais formandos, seus familiares e convidados, apesar do episódio considerado "inadmissível".

"Salienta-se que, diferentemente das diversas manifestações nas redes sociais, o formando em questão NÃO ostentava símbolos nazistas durante a cerimônia de formatura. Também é importante destacar que a decisão da Universidade de dar prosseguimento à cerimônia dentro da possível normalidade diante deste inadmissível episódio deve-se à consideração aos demais formandos, seus familiares e convidados que estavam reunidos em um momento de celebração. Posto isso, a UFRGS reafirma que não tolera manifestações de ódio, de intolerância ou de ataque aos direitos humanos nos seus espaços", declarou a instituição em nota.

A Polícia Federal deverá avaliar se a tatuagem do formando configura apologia ao nazismo, o que é crime no Brasil, conforme previsto na Lei nº 7.716/1989.

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