Novo medicamento para tratamento de gordura no fígado recebe aprovação nos EUA

Resmetirom Promete Reduzir Fibrose Hepática e Diminuir Risco de Complicações Graves

Por Plox

19/03/2024 10h32 - Atualizado há cerca de 1 ano

A Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador de medicamentos nos Estados Unidos, similar à Anvisa no Brasil, autorizou o uso do primeiro tratamento específico para a doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD), uma condição diretamente ligada à obesidade que afeta cerca de 5% da população global. O medicamento, denominado resmetirom, representa um avanço significativo na luta contra este distúrbio, que pode culminar em falência hepática e câncer.

A MASLD caracteriza-se por um acúmulo exagerado de gordura no fígado, levando a uma inflamação e potencial dano às células do órgão. Com o avançar da condição, o tecido cicatricial se forma no fígado através de um processo conhecido como fibrose, afetando negativamente sua função. Até então, apesar de vários medicamentos terem sido testados ao longo dos anos, nenhum havia demonstrado eficácia comprovada nos estudos.

A pesquisa sobre o resmetirom envolveu a participação de 966 voluntários durante um período de um ano, revelando uma redução de 30% na inflamação e no acúmulo de gordura hepática. O medicamento atua melhorando a capacidade do fígado de reagir aos hormônios responsáveis pelo metabolismo da gordura.

Em um movimento para acelerar a disponibilidade do tratamento, o FDA concedeu uma aprovação rápida ao remédio. Contudo, a Madrigal Pharmaceuticals, empresa farmacêutica responsável pela criação do resmetirom, terá que apresentar mais evidências sobre a eficácia do tratamento a longo prazo, principalmente no que diz respeito ao aumento da taxa de sobrevivência dos pacientes.

Apesar do avanço, ainda não há previsão para a chegada do resmetirom ao mercado brasileiro, uma vez que os estudos foram conduzidos predominantemente nos Estados Unidos e o medicamento ainda necessita da aprovação da Anvisa para ser disponibilizado no país. Em declaração à revista científica "Nature", Claudia Oliveira, patologista da Universidade de São Paulo (USP), expressou otimismo quanto à eficácia da nova droga: "não tivemos a oportunidade de ver esta droga agindo em pacientes na América Latina. Mas todos temos elevadas expectativas sobre ela, porque os resultados dos testes foram muito, muito interessantes".

 

 

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