Idosa morre após cirurgia de retirada de feto calcificado por mais de 50 anos
Caso médico excepcional choca equipe de saúde em Ponta Porã
Por Plox
19/03/2024 13h48 - Atualizado há cerca de 1 ano
Em um caso médico raro que chamou a atenção da equipe do Hospital Regional de Ponta Porã, no sul de Mato Grosso do Sul, uma idosa de 81 anos faleceu após a remoção cirúrgica de um feto calcificado que carregava em seu abdômen há mais de cinco décadas. Este fenômeno, conhecido como litopedia, é extremamente raro e ocorre quando um feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica dentro do corpo da mãe.

A paciente, uma mulher indígena residente em um assentamento no município de Areal Moreira, foi admitida no hospital em 14 de março com dores abdominais severas e suspeita de infecção urinária. Após agravamento de seu quadro clínico, ela foi transferida de Aral Moreira, situada a 84 quilômetros de distância, para o Hospital Regional de Ponta Porã, onde uma tomografia 3D revelou a presença do feto calcificado.
O secretário de saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, informou que a condição da paciente era resultado de uma gravidez ectópica não detectada que ocorreu durante sua última gestação, há 56 anos. A equipe de obstetrícia do hospital prontamente realizou a cirurgia para a remoção do feto, mas, infelizmente, a idosa foi acometida por uma grave infecção generalizada, levando-a ao óbito no dia seguinte após ser transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Este caso traz à luz a raridade da litopedia, uma condição que pode passar décadas sem diagnóstico e causar complicações futuras. A morte da paciente após a retirada do "bebê de pedra" é um lembrete das complexidades e dos desafios enfrentados pelos profissionais de saúde ao lidar com condições médicas excepcionais.