Passinho é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio
Essa dança caracteriza-se por seus movimentos ágeis e estilizados, executados principalmente com as pernas e pés, refletindo a rica tapeçaria cultural da cidade.
Por Plox
19/03/2024 13h59 - Atualizado há cerca de 1 ano
O Passinho, uma expressão artística que mescla break, frevo, samba e capoeira, originado nas comunidades do Rio de Janeiro no início dos anos 2000, acaba de ser elevado à categoria de Patrimônio Cultural Imaterial do estado. Essa dança caracteriza-se por seus movimentos ágeis e estilizados, executados principalmente com as pernas e pés, refletindo a rica tapeçaria cultural da cidade.
A iniciativa para esse reconhecimento partiu da deputada estadual Verônica Lima (PT), destacando o significado profundo dessa valorização. Ela aponta que ao declarar o Passinho como patrimônio cultural, não só se amplia a visibilidade desse movimento significativo, mas também se contribui para a descriminalização do funk e de outras manifestações artísticas originadas nas periferias.

Cristian Marinho, tanto artista quanto professor de dança, relata como o Passinho transformou a percepção sobre as comunidades. Iniciado nos embates de dança de sua juventude, ele testemunhou e contribuiu para a mudança de estigma associado às comunidades, antes vistas apenas sob a ótica da violência. Segundo Marinho, o Passinho demonstrou que as comunidades são também espaços de cultura e arte, alterando a maneira como são percebidas por aqueles de fora.
Nascido nos bailes do Complexo do Jacarezinho, zona norte do Rio, o Passinho cresceu em popularidade através das competições de dança. Essas apresentações não só incentivavam a criatividade individual mas também fomentavam um saudável espírito competitivo entre os dançarinos. Já considerado patrimônio cultural da capital desde 2018, o reconhecimento estadual reafirma o valor e a importância do Passinho como símbolo cultural e instrumento de transformação social.