Roberto Carlos faz 83 anos lotando shows como maior fenômeno da música no Brasil

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim no Espírito Santo, em 19 de abril de 1941, Roberto Carlos Braga começou sua jornada musical na infância, apresentando-se em rádios locais e imitando artistas como Bob Nelson. A mudança para o Rio de Janeiro na adolescência marcou o início de sua escalada para se tornar uma das maiores estrelas do país. Lá, ele formou uma parceria duradoura com figuras como Erasmo Carlos e Wanderléa, impulsionando o movimento da Jovem Guarda na década de 1960 e consolidando sua posição no cenário musical brasileiro.

Obstáculos e triunfos de um ícone

A trajetória de Roberto Carlos não foi sem desafios. Desde conselhos iniciais para abandonar a música até fracassos comerciais nos seus primeiros discos, ele perseverou. Em 1959, seu primeiro compacto foi lançado sem grande sucesso, seguido por um LP em 1961 que também falhou nas vendas. No entanto, esses álbuns agora são itens de colecionador, com exemplares sendo vendidos por até 7 mil reais. Sua carreira decolou com hits como “Parei na Contramão”, “O Calhambeque” e “É Proibido Fumar”. Roberto não só mudou a direção de sua vida, mas redefiniu o gênero musical no Brasil, tornando-se uma figura inimitável e um estilo por si só.

Em seu 83º aniversário, Roberto Carlos continua a encher os locais de shows, demonstrando que a idade não diminuiu seu apelo ou talento. Com uma obra vasta que transcende fronteiras e gerações, ele observa a cena musical contemporânea com a sobriedade de quem já atingiu um status lendário.

Impacto e influência de um movimento
 

Em setembro de 1965, a Jovem Guarda irrompeu como um programa de televisão ainda em preto e branco e rapidamente se transformou em um movimento cultural que definiria uma era. Roberto Carlos, junto com seus amigos Wanderléa e Erasmo Carlos, não apenas criou um programa de TV, mas estabeleceu um estilo musical que perdura até hoje, influenciando novas gerações de músicos. Quase seis décadas depois, Roberto mantém o título de maior artista do Brasil, uma prova de que o movimento foi mais do que apenas um fenômeno passageiro.

Esse vídeo é raro. Mostra um programa com participação especial de Roberto Carlos na TV Italiana em 1970

Em 1968, o sucesso de Roberto Carlos cruzou fronteiras, culminando com sua vitória no Festival de San Remo na Itália, onde “Canzone per te” se tornou um marco do romantismo em sua carreira. De volta ao Brasil, ele não apenas solidificou seu estrelato, mas também transformou os especiais de fim de ano em uma tradição, reunindo novos talentos e estrelas estabelecidas em performances memoráveis. Ano após ano, esses especiais não apenas celebram o Natal, mas também marcam o lançamento de sucessos garantidos de Roberto.

Parcerias que transcendem gerações

Em um mundo cada vez mais globalizado, a influência de Roberto Carlos atingiu artistas internacionais, como evidenciado por sua colaboração com Jennifer Lopez em 2016. Juntos, eles lançaram “Chegaste”, um sucesso instantâneo que se destacou tanto em português quanto em espanhol, mostrando que sua música ressoa além das barreiras culturais e linguísticas. Além de Jennifer Lopez, Roberto teve um início marcado por parcerias, a mais marcante foi com Erasmo Carlos, com quem compartilhou incontáveis sucessos que definiram o som de uma geração e continuam a ser celebrados até hoje. 

Uma versão em espanhol foi gravada pela dupla. Jennifer Lopez também declarou ser “um sonho que se tornou realidade”.

A trajetória de Roberto Carlos é um testamento ao seu impacto duradouro na música brasileira e internacional. Desde a Jovem Guarda até os duetos com estrelas globais, sua carreira é uma série contínua de momentos marcantes que não apenas definiram seu legado, mas também enriqueceram a cultura musical do Brasil. Celebrando 83 anos, Roberto Carlos continua a ser uma figura seminal, cuja obra e influência são tão vibrantes hoje quanto na época de seu primeiro compacto.

Tragédias pessoais
A vida de Roberto Carlos também foi marcada por adversidades e momentos de profunda tristeza. Ainda criança, aos seis anos, sofreu um grave acidente ao ser atropelado por um trem, resultando na perda de parte da perna direita, um tema sobre o qual sempre evitou falar. Seus relacionamentos amorosos também refletiram tanto momentos de grande amor quanto de perda. Em 1968, casou-se com Cleonice Rossi, conhecida como Nice, e se tornou pai adotivo de Ana, inspiração para uma de suas canções de maior sucesso na década de 70. Após o término do casamento com Nice, Roberto viveu um relacionamento significativo com a atriz Myriam Rios e posteriormente, reencontrou Maria Rita Simões, com quem viveu a "década mais feliz" de sua vida até que ela faleceu de câncer em 1999.

Perdas familiares e homenagens
 

Além dos desafios em sua vida amorosa, Roberto enfrentou a dor da perda de pessoas muito próximas. Em 1990, cuidou de Nice em seus últimos dias de luta contra o câncer. A morte de Maria Rita foi um dos momentos mais difíceis de sua vida, levando-o a se afastar dos palcos temporariamente. Seu retorno foi marcado pelo emocionante show "Amor sem Limites", uma homenagem a ela. Tragicamente, Roberto também perdeu sua mãe, Lady Laura, em 2010, seguida pela morte de sua filha Ana, em 2011, e de seu filho Dudu Braga, em 2021.

Apesar dessas adversidades, Roberto Carlos continuou a criar música que toca o coração de milhões, evidenciando sua capacidade de transformar dor pessoal em arte universal. Sua carreira, pontuada por mais de seis décadas de sucessos, mostra não apenas seu talento como cantor e compositor, mas também sua incrível resiliência. 
 

Canções como "Amor Sem Limites" continuam a ressoar com o público, reafirmando seu status como um dos artistas mais amados do Brasil.

Legado duradouro
Roberto Carlos não apenas acumulou uma série impressionante de sucessos ao longo de sua carreira, mas também ajudou a moldar a cultura musical brasileira através de colaborações com outros artistas renomados. Seus duetos com Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Marisa Monte são apenas alguns exemplos de sua influência e versatilidade.

Aos 83 anos, Roberto Carlos continua a se dedicar à música com o mesmo entusiasmo de sempre, adaptando-se às novas realidades, como a pandemia de COVID-19, e encontrando formas de se conectar com seus fãs. Sua história é uma fonte de inspiração para inúmeras pessoas, demonstrando como a arte pode oferecer consolo e alegria, mesmo em tempos de adversidade. Celebrando mais um ano de vida, Roberto Carlos permanece um símbolo de perseverança, talento e amor incondicional pela música e pela vida.