Aos gritos e palavrões delegada xinga entregador durante confusão em condomínio de Belém

Durante uma entrega em um condomínio localizado no bairro Parque Verde, em Belém, o entregador Tiago Miranda, de 26 anos, gravou um momento de tensão com a delegada da Polícia Civil, Kari Grazielle Klat. O episódio ocorreu na quarta-feira (16) e ganhou repercussão nas redes sociais depois que os vídeos feitos por Tiago vieram à tona.

Tudo começou quando o entregador, seguindo diretrizes de segurança, se recusou a deixar o pedido diretamente na porta do apartamento da cliente, que era a delegada. A negativa irritou Kari Grazielle, que reagiu de maneira agressiva.

Em um dos registros, ela aparece tentando tomar o celular do entregador enquanto grita: "Bora, filma aí, me dá a p* da comida, c".

Foto: Reprodução

Tiago relatou que decidiu gravar a cena após ser ameaçado de prisão por parte da delegada. Ele ainda afirmou que ela tentou derrubá-lo puxando sua mochila de entregas. Em outro trecho, é possível vê-la retornando ao prédio, informando que faria contato com o aplicativo para relatar o ocorrido.

A delegada, por sua vez, alegou que estava ferida no pé e, por isso, havia solicitado que o pedido fosse deixado na porta do apartamento. Segundo nota divulgada pela Associação dos Delegados do Pará, Kari afirmou que o entregador teria sido desrespeitoso ao chamá-la de "folgada" e que ele tentou ir embora com a comida, o que a motivou a ameaçá-lo com voz de prisão. Ela também registrou boletim de ocorrência alegando estar sendo intimidada por Tiago e outros entregadores, o que ele nega.

A Corregedoria da Polícia Civil instaurou um procedimento administrativo para apurar a conduta da delegada. Em nota, a corporação informou que está acompanhando o caso de perto.

No dia seguinte e também na sexta-feira (18), outros entregadores de aplicativo se reuniram em frente ao condomínio para protestar contra a postura da delegada. Eles criticam a maneira como os trabalhadores vêm sendo tratados durante as entregas em áreas residenciais.

Tiago também registrou boletim de ocorrência, explicando que não é permitido que entregadores acessem as unidades residenciais dos condomínios. Segundo os principais aplicativos de delivery que operam no Brasil, os entregadores não são obrigados a subir até a porta dos clientes.

A plataforma iFood, por meio de nota, repudiou qualquer forma de agressão, ofensa, preconceito ou assédio envolvendo clientes, entregadores ou estabelecimentos. A empresa declarou que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.

Além do vídeo feito por Tiago, uma terceira pessoa também gravou imagens do momento da confusão, que se espalharam pelas redes sociais nos últimos dias.