Padrasto é preso por torturar menina de 4 anos no RJ; criança teve quatro paradas cardíacas

Menina sofreu quatro paradas cardíacas, passou por cirurgia e está em estado grave; suspeito foi preso por crime de tortura

Por Plox

19/05/2025 11h46 - Atualizado há 1 dia

A brutalidade de um caso de tortura infantil no Rio de Janeiro gerou comoção e revolta. Uma menina de apenas quatro anos permanece entubada e internada em estado grave após passar por uma cirurgia no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), no Complexo Hospitalar da UFRJ. O boletim médico aponta perfuração intestinal, fratura no braço e sepse abdominal como consequências diretas das agressões sofridas.


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A criança chegou à unidade no dia 6 de maio, em estado crítico, após sofrer quatro paradas cardíacas e apresentar sintomas graves, como vômitos esverdeados e diversos hematomas pelo corpo. O caso só veio à tona dez dias depois, quando outras mães presentes no hospital notaram os ferimentos e acionaram a polícia.


O suspeito, Israel Lima Gomes, foi localizado e preso temporariamente em Paciência, na Zona Oeste do Rio, na noite do dia 16 de maio. Ele já possuía passagens por violência doméstica e importunação sexual, incluindo um episódio em que teria ficado nu na frente de uma criança de 12 anos.



As investigações, conduzidas pela 37ª DP (Ilha do Governador), revelam um cenário de violência constante e dissimulada. O delegado Felipe Santoro destacou que o caso vai além de maus tratos, sendo tratado como tortura sistemática, com requintes de crueldade. Em conversas obtidas nos celulares da mãe e do agressor, o padrasto afirmou: “Ela é forte porque estou moldando ela na dor. Fica fraco quando é só amor.”


A criança era frequentemente trancada em banheiros escuros e as agressões eram justificadas como acidentes domésticos. Em um dos diálogos, a mãe questiona o companheiro sobre uma joelhada dada na filha por ela não querer comer. Ele responde com palavrões e agressividade, negando os fatos. Em outra ocasião, a fratura no braço da menina foi atribuída a uma suposta queda da cama.



O conteúdo das mensagens causou indignação entre os investigadores. Em um trecho, a mãe admite o estado grave da filha, mas afirma que não poderia levá-la à UPA para evitar complicações legais: “...não posso levar ela na UPA pra não dá merd”.


Durante o depoimento na delegacia, a mãe da menina disse que temia morrer caso denunciasse o companheiro. No hospital, ela chegou a ser protegida por seguranças para evitar um possível linchamento por outras mães.



Com base na gravidade das acusações, nos riscos de fuga e de represálias às testemunhas, a prisão temporária do suspeito foi decretada. A polícia também investiga se as irmãs da vítima, que vivem na mesma casa e também são menores, teriam sido alvo de abusos.


O delegado Santoro reforçou a importância da denúncia: “Mesmo que pareça tarde, ainda assim é fundamental. O silêncio protege o agressor e condena a vítima”. Israel Lima Gomes responderá por tortura, crime hediondo, e o caso pode ser reclassificado como tentativa de homicídio qualificado.



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