Haddad defende pesquisa na Margem Equatorial, mas alerta para transição energética

Ministro da Fazenda afirma que Brasil precisa conhecer suas reservas, mas reforça urgência de abandonar o petróleo

Por Plox

19/05/2025 07h34 - Atualizado há 2 dias

Durante entrevista ao programa Cidades e Soluções, transmitido na noite do último sábado (17) pela GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil precisa avançar na pesquisa sobre as reservas de petróleo localizadas na Margem Equatorial, área que se estende pelo litoral entre o Rio Grande do Norte e o Amapá. Para o ministro, é essencial que o país saiba o que existe ali, embora tenha destacado a importância de não usar essa potencial riqueza como desculpa para adiar a transição energética.


Imagem Foto: Agência Brasil


\"Saber o que tem na Margem Equatorial é importante. O Brasil precisa saber o que tem lá, até porque não está sozinho nisso. A Margem é muito extensa, transcende o território nacional. Sou a favor da pesquisa. Temos de conferir o que tem lá. Agora, o petróleo que eventualmente possa estar lá não pode ser pretexto para atrasarmos a nossa transição\", declarou Haddad.



O ministro também destacou que o país lidera há décadas a utilização de fontes alternativas e renováveis de energia, e reiterou que a humanidade precisa deixar de lado o uso de combustíveis fósseis. Segundo ele, não é possível utilizar petróleo sem gerar emissão de carbono.
\"A humanidade precisa prescindir do petróleo. Não temos condição de usar petróleo sem emitir o carbono. Você queimou o petróleo, vai para a atmosfera\", enfatizou.

Atualmente, o governo federal, sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a Petrobras trabalham para viabilizar a exploração na região. Entre os defensores da medida estão os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, além do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, do União Brasil, do Amapá. Eles têm pressionado para que o processo seja acelerado.



Por outro lado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem resistido à liberação das atividades exploratórias, alertando para os potenciais impactos ambientais da ação. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda não autorizou a operação e, até o momento, não há previsão de uma vistoria no local.



A discussão envolve interesses econômicos, ambientais e energéticos, colocando em lados opostos diferentes áreas do governo, enquanto o Brasil tenta equilibrar o desenvolvimento de seus recursos naturais com os compromissos ambientais assumidos internacionalmente.


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