"O Preço de Dizer 'Não': Ex-policial Militar Desmascara Assédio na Profissão"

Bruna Celle, de Barbacena, em Minas Gerais, desabafou sobre o assédio moral e sexual que experimentou durante seu tempo na força.

Por Plox

19/06/2023 14h14 - Atualizado há cerca de 1 ano


Uma experiência traumática na carreira policial veio à luz por meio das redes sociais, onde a advogada e ex-policial militar, Bruna Celle, de Barbacena, em Minas Gerais, desabafou sobre o assédio moral e sexual que experimentou durante seu tempo na força.

Depoimento Revela Dura Realidade

Bruna relata que sua saída da Polícia Militar de Minas Gerais, há pouco mais de dois meses, ocorreu devido a esses incidentes que transformaram sua carreira e sonho em um pesadelo. Ela inicialmente decidiu não falar sobre o caso, mas se sentiu compelida a compartilhar sua história após o caso de Rafaela Drumond, uma escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais que foi encontrada morta em sua residência em Antônio Carlos no início do mês.

(foto: Redes Sociais/Reprodução)

Bruna Celle afirmou que ao chegar solteira ao batalhão e expressar sua decisão de não se envolver com nenhum colega de trabalho, começou a enfrentar retaliações. Ela era punida com escalas de trabalho irregulares sempre que rejeitava avanços indesejados, o que a fazia gastar aproximadamente cinco horas em deslocamento todos os dias e a impedia de passar tempo com sua filha.

Processos Administrativos e Discriminação

Além disso, ela passou a ser alvo de uma série de processos administrativos. Em quase sete anos de serviço, ela acumulou pelo menos 15 processos, levando-a a contratar uma assessoria jurídica. Bruna relata que começou a ser perseguida e zombada pelos colegas de profissão, sendo apelidada pejorativamente de "sapatão".

Efeitos Psicológicos e Tentativas de Buscar Ajuda

O medo de ir trabalhar e o início de crises de pânico levaram Bruna a buscar auxílio psiquiátrico e iniciar o uso de antidepressivos. Ela tentou compartilhar sua experiência com outras pessoas, mas relata que as pessoas com poder para fazer algo a respeito permaneceram inativas.

Buscando ajuda dentro da própria Polícia Militar, Bruna procurou auxílio psicológico. Contudo, ela alega que não houve confidencialidade em sua consulta e que a situação resultou em mais punições. Em seu depoimento emocionante, que durou mais de dez minutos, Bruna descreve a sensação de impotência: "É como se você estivesse gritando e ninguém ouvisse".

Reação da Polícia Militar

Diante das denúncias, a Polícia Militar de Minas Gerais informou que dois procedimentos foram instaurados para averiguar a existência de crimes e transgressões disciplinares cometidos pelo acusado. Segundo a nota oficial, o policial

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