Mulher sedada sofre abuso sexual em clínica de saúde mental

Vigilante indiciado por estupro continua foragido seis meses após o crime

Por Plox

19/06/2024 11h40 - Atualizado há 6 meses

Uma mulher de 30 anos, internada para tratamento de uma crise de depressão, foi abusada sexualmente por um vigilante na clínica de saúde mental Hospital Reluzir, em Camaragibe, no Grande Recife. Câmeras de segurança registraram o momento em que o segurança comete o crime.

Foto: reprodução

As imagens, obtidas pelo g1 na terça-feira (18), mostram o vigilante colocando a mão por baixo do lençol que cobria a paciente, que estava sedada, mas acordada. O crime ocorreu na madrugada de 17 de novembro do ano passado. Segundo a advogada da família, Maria Eduarda Albuquerque, o vigilante foi indiciado por estupro no início de junho, mas segue foragido há seis meses.

Falta de assistência da clínica
A advogada Maria Eduarda Albuquerque relatou que a paciente foi levada para uma ala masculina devido a uma admissão de emergência. "Encaminharam ela para uma ala masculina, porque houve uma admissão e a pessoa que entrou estava muito exaltada. Colocaram nessa outra ala para ela dormir. E o segurança cometeu o crime. Isso foi de uma quinta para sexta e ela ficou desesperada. Tinha tomado medicação, mas estava acordada quando aconteceu", contou Albuquerque.

A família da vítima só foi informada sobre o ocorrido na manhã do dia seguinte. Segundo a advogada, após o abuso, a mulher permaneceu sozinha na sala, pedindo pela família e temendo a volta do agressor. "Além de ter sido estuprada, ela ficou sozinha lá, pedindo pela família, sem conseguir dormir, com medo de esse homem voltar a qualquer momento."

Impacto na saúde da vítima
Após o incidente, a saúde da paciente piorou significativamente. "Ela está em outra clínica. Foi uma situação que a tirou do eixo completamente. Ela teve alguns acessos de estranhar o próprio corpo, de não querer viver (...). A mãe tirou [a paciente da unidade], passou um tempo com ela em casa, foi quando ela teve alguns acessos, inclusive tentando se matar. E foi necessária uma internação novamente", afirmou a advogada.

Resposta do Hospital Reluzir
Em nota, a direção do Hospital Reluzir lamentou profundamente o ocorrido e afirmou que deu apoio à vítima e à família, além de colaborar com a polícia nas investigações. A clínica declarou que o vigilante, que trabalhou no local por dois meses, foi demitido imediatamente após o crime e suas informações foram repassadas às autoridades. Contudo, a advogada da família criticou a falta de assistência da clínica, afirmando que não houve qualquer suporte financeiro ou emocional.

Investigações e medidas legais
A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou o vigilante pelo crime de estupro. O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), mas até a última atualização desta reportagem, o g1 não obteve resposta sobre o paradeiro do indiciado.

A direção do Hospital Reluzir evitou esclarecer se o vigilante era funcionário direto ou de uma empresa terceirizada, classificando essa informação como "questão administrativa".

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