Não havia motivo para greve nas universidades, diz ministro

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a paralisação é uma resposta ao reajuste zero anunciado para este ano

Por Plox

19/06/2024 13h54 - Atualizado há 6 meses

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta segunda-feira (17) que o governo está dialogando com todas as categorias e não vê justificativa para a greve iniciada por servidores e professores das universidades federais. Segundo Santana, a expectativa é que as instituições retomem suas atividades ainda nesta semana.


Foto:  Marcelo Camargo/Agência Brasil

Reunião com reitores e nova proposta do governo

Durante uma reunião com reitores de universidades federais e institutos federais de ensino no Palácio do Planalto, Santana destacou que o governo federal ofereceu um reajuste de 9% aos servidores, mais que o dobro da inflação, antecipando a previsão de aumentos para 2024. "A ideia inicial do governo federal era dar 4,5% por ano durante os quatro anos, mas resolveu antecipar os 4,5% de 2024 para 2023, considerando esses anos todos sem reajuste", explicou Santana à Agência Brasil.

Apesar disso, a greve, que começou em abril e afeta 64 universidades, continua. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a paralisação é uma resposta ao reajuste zero anunciado para este ano. No entanto, uma nova proposta que inclui a recomposição parcial do orçamento das universidades, implementação de reajustes de benefícios e aumentos salariais de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, está sendo analisada pelos docentes.

Impactos da greve e negociações

Camilo Santana enfatizou os prejuízos causados pela greve aos alunos e às universidades, e pediu que os sindicatos considerem as propostas em análise para encerrar a paralisação. "A greve tem prejudicado os alunos, tem prejudicado o país e as universidades. Os sindicatos levaram as propostas para as suas bases, e a gente espera que até o final da semana a gente possa retomar as atividades", afirmou.

Os servidores técnico-administrativos, cujas reivindicações incluem a reestruturação do plano de carreira e melhorias salariais, também estão em greve em 68 universidades. A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos do Ensino Superior (Fasubra) está realizando assembleias para avaliar a última proposta do governo, que prevê aumentos de 9% em 2025 e 5% em 2026.

Avanços nas negociações e benefícios concedidos

Santana destacou as conquistas nas negociações recentes, que incluem reajustes nos auxílios-saúde, creche e vale-alimentação. "Com os 9% do ano passado e os aumentos propostos para 2025 e 2026, fica consolidada uma variação entre 23% e 43% para os professores e entre 24,5% e 46% para os servidores técnico-administrativos. A informação que eu tenho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos é que nunca antes havia sido feita uma proposta com ganho tão real para os servidores das universidades", afirmou.

Enem e ações para o Rio Grande do Sul

Em meio à agenda intensa, Santana também comentou sobre o balanço positivo das inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que alcançou 5.055.699 inscritos em 2024. "Conseguimos reverter a tendência de queda a partir do ano passado. Em 2023, foram cerca de 400 mil jovens inscritos a mais do que 2022", destacou o ministro, ressaltando os esforços do governo para aumentar a participação dos jovens no exame.

Devido aos impactos das tragédias climáticas no Rio Grande do Sul, o prazo de inscrição para os estudantes do estado foi estendido até a próxima sexta-feira (21). "Cerca de 70% dos jovens do Rio Grande do Sul que cursam o terceiro ano se inscreveram no Enem no ano passado. Este ano já estamos com cerca de 85%", informou Santana, destacando a mobilização de recursos para a recuperação das escolas afetadas.

 

 

 

 

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