A sardinha invade o guarda-roupa: moda e simbolismo em alta

Do Mediterrâneo às vitrines globais, o peixe virou ícone fashion e pode refletir o cenário econômico atual

Por Plox

19/06/2025 12h48 - Atualizado há 1 dia

No universo das tendências que surgem como febres momentâneas, uma nova mania fashion tem ganhado destaque no verão do Hemisfério Norte: a sardinha. Não se trata apenas do peixe em si, mas de uma estética que envolve desde acessórios até peças de roupa estampadas com o tema marinho.


Imagem Foto: Reprodução


Grifes como Bottega Veneta e J.Crew lideram a onda que incorpora elementos do mar, especialmente sardinhas, às suas criações. Varejistas populares, como Renner e C&A, também aderiram, mostrando que a tendência já se espalha pelas ruas e prateleiras. Um reflexo disso é o aumento de 300% nas buscas por “bolsa de sardinha com miçangas” no Google em maio, mês em que também dobrou o interesse por “vestido de sardinha”.


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A popularização da estampa ganhou impulso com peças como a bolsa Tommy, da marca Staud, que passou a circular no TikTok como item desejado. A diretora criativa da marca, Sarah Staudinger, explicou que a ideia surgiu de forma espontânea: “Tentamos incorporar um símbolo lúdico em cada coleção, e as sardinhas pareceram a escolha perfeita”, declarou.
\"Elas me lembram instantaneamente de longos e preguiçosos almoços de verão no Mediterrâneo — há algo tão nostálgico e emblemático nelas\", completou Staudinger

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Essa estética não é novidade total na moda. Marcas como Moschino e Schiaparelli já flertaram com o tema gastronômico, transformando alimentos em peças conceituais – de lagostas a sanduíches. A ligação entre moda e comida também aparece no uso de materiais alternativos como o couro de pirarucu ou bovino, e na abertura de cafés assinados por grifes famosas.



O fenômeno atual, no entanto, se intensifica em um momento particular: com os alimentos ficando mais caros e escassos, itens simples como massas, doces, hortaliças e agora peixes são ressignificados como símbolos de status e indulgência. A comida, nesse contexto, é elevada a um patamar estético e até aspiracional.



A moda das sardinhas, portanto, vai além de um simples modismo marinho. Ela traduz um período em que o lúdico se mistura ao desejo por experiências sensoriais acessíveis – ou ao menos desejáveis. Uma tendência que espelha não só gostos, mas também realidades econômicas.



E enquanto as vitrines seguem recheadas de sardinhas estilosas, a moda continua sua missão de provocar, brincar e refletir o espírito do tempo – mesmo que isso signifique transformar um peixe enlatado em ícone de estilo.


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