Lula defende emendas com controle e diz: “não é tão mau”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, quando as emendas parlamentares são feitas com responsabilidade, com destinação clara e controle, “não é tão mau”. Em entrevista ao podcast Mano a Mano, de Mano Brown, publicada na madrugada desta quinta-feira, ele destacou que a situação atual representa uma mudança em relação ao passado, quando não havia qualquer acompanhamento das destinações.

Foto: Presidência

Lula explicou que agora as emendas parlamentares possuem “endereço fixo, têm identidade” e estão inseridas no programa de desenvolvimento do Orçamento federal. “Houve uma certa moralização nessa relação entre Executivo e Legislativo”, declarou o presidente.

Nos últimos dias, o governo acelerou a liberação desses recursos em resposta à pressão de parlamentares, que apontam a demora como um dos motivos para o esfriamento na relação entre o Congresso e o Palácio do Planalto. Segundo levantamento do Metrópoles, o valor empenhado — ou seja, reservado para pagamento — alcançou R$ 667,4 milhões até quarta-feira (18/6), sendo mais de R$ 500 milhões destinados a emendas individuais.

A tensão entre os poderes já havia resultado na derrota do governo em um projeto de decreto legislativo (PDL) que tentava anular o reajuste do IOF, evidenciando a insatisfação de deputados e senadores com o ritmo dos repasses.

A posição do presidente busca mostrar que a liberação de recursos agora segue padrões de transparência e responsabilidade, num esforço para restabelecer a sintonia entre o Executivo e o Congresso, sem ceder a pressões sem critérios.

Finalizando, Lula reforça que, embora as emendas parlamentares já tenham sido alvo de críticas, com regras e fiscalização a prática pode ser usada de forma eficiente e legítima.