Ataques a ônibus se intensificam em SP e atingem até transporte escolar
Micro-ônibus que levava professores é apedrejado em São Bernardo; capital registra 25 casos em 24 horas
Por Plox
19/07/2025 15h05 - Atualizado há 1 dia
Os ataques a ônibus na Grande São Paulo seguem em ritmo alarmante e, desta vez, atingiram até mesmo o transporte escolar. Um micro-ônibus da rede municipal foi alvo de vandalismo na manhã desta sexta-feira (18), em São Bernardo do Campo.

O veículo, que transportava professores e não crianças, teve o vidro traseiro estilhaçado por uma pedra nas imediações do Centro de Formação dos Profissionais da Educação (Cenforpe), por volta de 5h40. Ninguém ficou ferido.
Segundo dados atualizados, desde o início de junho, a região metropolitana já contabilizou 796 casos de ataques a ônibus, distribuídos por 27 cidades. Apenas entre a manhã de quinta-feira (17) e a madrugada de sexta (18), foram registrados 25 casos na capital paulista, de acordo com a SPTrans.
A maioria das ocorrências se concentra nas zonas Sul e Oeste da capital, com destaque para a Zona Sul, conforme aponta relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Até o momento, 506 ônibus do sistema municipal foram depredados na cidade de São Paulo.
Entre os trechos mais afetados estão a Avenida Cupecê (20 casos), Rodovia Raposo Tavares (13), Avenida Senador Teotônio Vilela (12), Avenida Corifeu de Azevedo Marques (8) e Avenida Sapopemba (8). Os ataques, que antes ocorriam majoritariamente à noite, agora acontecem em qualquer horário.
Um dos casos mais graves foi registrado na Zona Sul, onde uma pedra atingiu o rosto de uma passageira, causando fraturas.
No transporte intermunicipal, já são 290 ônibus vandalizados desde o início da onda de violência, atingindo 27 municípios da Região Metropolitana. A SPTrans orientou que todas as concessionárias comuniquem imediatamente os ataques à central de operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais.
A principal linha de investigação da polícia envolve uma possível disputa entre empresas do setor e conflitos internos no sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo. Há indícios de que grupos rivais estejam por trás dos ataques, como forma de causar prejuízos aos concorrentes.
Na quinta-feira (17), três pessoas foram detidas em um carro suspeito de envolvimento nos ataques, mas foram liberadas após depoimento. Um dos suspeitos teria atirado bolinhas de gude contra os ônibus.
A polícia também admite a existência de um efeito de \"contaminação\", com pessoas alheias ao setor aproveitando-se da situação para praticar vandalismo. Oito suspeitos já foram detidos desde o início das investigações.
A Prefeitura de São Paulo, por meio do prefeito Ricardo Nunes, criticou publicamente a lentidão da Polícia Civil em identificar os responsáveis e elucidar as motivações por trás dos atos de violência que seguem comprometendo o transporte público na maior cidade do país.