Alexandre de Moraes mantém prisão de coronel ligado a Bolsonaro
STF rejeita novo pedido da defesa de Marcelo Câmara e destaca risco de interferência nas investigações
Por Plox
19/08/2025 18h45 - Atualizado há 29 dias
Mesmo diante de mais uma tentativa da defesa, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (19) manter a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, que atuou como assessor direto do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A justificativa apresentada por Moraes se baseia no risco de que o militar, caso fosse solto, pudesse interferir no andamento das investigações sobre a alegada tentativa de golpe. Câmara é apontado como integrante do núcleo de “gerência” da suposta trama golpista, e sua detenção, decretada em junho, permanece sob os mesmos fundamentos considerados inicialmente pelo STF.
A prisão foi determinada após virem à tona diálogos atribuídos ao advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, que teria revelado conversas com o tenente-coronel Mauro Cid, à época em processo de colaboração premiada. Esses contatos foram interpretados como uma violação direta da ordem judicial que proibia Câmara de manter qualquer comunicação com outros investigados, inclusive por meio de terceiros. Moraes entendeu que o coronel tentou burlar essa proibição por intermédio do advogado.
“Não se verifica possibilidade de substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas, em razão de sua ineficácia para afastar o periculum libertatis do réu”, escreveu o ministro em sua decisão.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contra a soltura do coronel. Em parecer enviado ao Supremo, o órgão destacou que a etapa instrutória do processo está em andamento e que seria essencial preservar a integridade das provas. A PGR ainda sustentou que os motivos da prisão continuam válidos, devido à “gravidade concreta dos delitos, pela lesividade das condutas e pelo perigo de reiteração delitiva”.
Com essa decisão, Moraes reafirma sua postura firme no controle dos processos relacionados à tentativa de ruptura institucional investigada pelas autoridades brasileiras.