Maduro mobiliza 4,5 milhões de milicianos diante da pressão dos EUA

Resposta ocorre após aumento da recompensa pela captura do ditador e reforço militar norte-americano no Caribe

Por Plox

19/08/2025 09h41 - Atualizado há 3 dias

O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos armados em reação às recentes medidas adotadas pelos Estados Unidos. Washington elevou para 50 milhões de dólares (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que possam levar à captura do líder chavista e reforçou sua presença militar no Caribe e em outros pontos da América Latina.


Imagem Foto: Agência Brasil


Em pronunciamento televisionado nesta segunda-feira (18), Maduro declarou que pretende ativar um plano especial de segurança em todo o território nacional, utilizando as milícias bolivarianas.
“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional, milícias preparadas, ativadas e armadas”

, disse o ditador.


A Milícia Bolivariana, criada por Hugo Chávez, integra a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e atualmente reúne cerca de 5 milhões de reservistas. Maduro prometeu ampliar a atuação dessas forças para o setor rural e também para fábricas e centros de trabalho. Durante o anúncio, reforçou:
“Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela. Mísseis e fuzis para a classe operária, para que defenda a nossa pátria”

.


A escalada ocorre após os EUA dobrarem a recompensa sobre Maduro, que antes era de 25 milhões de dólares (R$ 136 milhões), valor estabelecido durante o governo Joe Biden. A administração de Donald Trump classificou o venezuelano como um dos maiores narcotraficantes do mundo e uma ameaça direta à segurança nacional. O senador norte-americano Bernie Moreno, em discurso no 10° Congresso Empresarial Colombiano, afirmou:
“Não toleraremos um narcoterrorista que inflige danos aos Estados Unidos. Não o vejo no cargo além do final deste ano”

.


Como parte das medidas militares, Washington enviou mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para o mar do Caribe, além de deslocar um submarino de ataque nuclear, destróieres, um cruzador lança-mísseis e aeronaves de reconhecimento P-8 Poseidon. Segundo as autoridades norte-americanas, o objetivo da operação é intensificar o combate a cartéis de drogas na região.



O clima de tensão reforça a instabilidade política na Venezuela e amplia os riscos de confronto entre Caracas e Washington.


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