Aluno cego de Mesquita recebe professor de Braille após recomendação do MPMG
Ministério Público garantiu contratação de educador especializado para estudante com perda total da visão no Vale do Rio Doce
Por Plox
19/09/2025 09h01 - Atualizado há 2 dias
Um aluno cego, matriculado no ensino fundamental em Mesquita, no Vale do Rio Doce, passou a contar com o apoio de um professor especializado no método de escrita Braille. A medida foi implementada após o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expedir uma Recomendação ao poder executivo municipal.

A solicitação foi formalizada no fim de março, quando a Promotoria de Justiça da comarca alertou a necessidade de um profissional qualificado para garantir a alfabetização do estudante, diagnosticado com glaucoma e que teve perda total da visão. A resposta positiva à recomendação veio na quarta-feira, 17 de setembro, com a confirmação da contratação do educador especializado.
A recomendação do MPMG exigia, além da contratação do professor de Braille, que a escola municipal frequentada pelo aluno realizasse um estudo de caso detalhado. Esse levantamento deveria envolver reuniões com a equipe de acompanhamento pedagógico e a família, visando à avaliação completa das especificidades educacionais do estudante.
Também foi determinada a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Individualizado (PDI), pensado para atender as necessidades específicas do aluno ao longo de sua trajetória escolar. A recomendação previa ainda que o estudante fosse beneficiado com atendimento educacional especializado no contraturno, reforçando o compromisso com sua inclusão e aprendizado.
A ação do Ministério Público teve como base legal o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Estatuto da Pessoa com Deficiência e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. Esses documentos estabelecem a obrigatoriedade de que os sistemas de ensino ofereçam suporte educacional adequado a pessoas com deficiência visual.
"A inclusão só acontece na prática quando o acesso à educação é garantido de forma plena e adaptada às necessidades dos estudantes", destacou o MPMG na Recomendação.
A medida representa um avanço importante na efetivação de direitos fundamentais de crianças com deficiência e reforça o papel das instituições públicas na promoção da equidade educacional.