Escândalo em licenças ambientais ameaça futuro político de Romeu Zema

Operação da PF sobre propina em liberações a mineradoras gera pressão e pode impactar planos presidenciais do governador mineiro

Por Plox

19/09/2025 10h33 - Atualizado há 3 dias

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (17/9) a Operação Rejeito, revelando um esquema dentro da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad). Servidores do órgão são suspeitos de cobrar propina para liberar licenças ambientais de maneira irregular a mineradoras, e a repercussão já alcança a esfera política.


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O governador Romeu Zema (Novo), no comando do Estado desde 2019, enfrenta o maior desgaste de sua gestão justamente após oficializar, em agosto, a pré-candidatura à Presidência da República. O caso ocorre em um momento estratégico, quando o chefe do Executivo buscava ampliar sua projeção nacional.



O assunto ganhou força imediata na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde parlamentares da oposição intensificaram as críticas. O deputado Lucas Lasmar (Rede) foi categórico ao afirmar:
\"O governador Zema está pactuando com um crime de sonegação de impostos e quer ser presidente do país. Não vai conseguir chegar lá\"

. Ele se referia a projetos relacionados à organização criminosa, que a investigação estima ter potencial econômico de cerca de R$ 18 bilhões.

A repercussão também se refletiu nas redes sociais. Seguindo uma estratégia inicial de silêncio, Zema deixou a primeira manifestação pública a cargo do secretário de Comunicação, Bernardo Santos. A decisão, no entanto, gerou reações negativas, com seguidores cobrando explicações diretas do governador. Pressionado, ele falou sobre o caso na tarde de quinta-feira (18/9), em resposta a questionamentos de jornalistas.


Especialistas em ciência política avaliam que a postura do governador foi pensada tanto pela necessidade de entender o grau de envolvimento dos servidores, quanto pelo impacto eleitoral. O professor Adriano Cerqueira, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), apontou que a cautela pode estar relacionada à candidatura em uma chapa presidencial. Já Lucas Gelape, da UFMG, foi taxativo ao dizer que o episódio será inevitavelmente usado como arma política em 2026.
“Obviamente esse assunto será trazido à tona durante a disputa eleitoral. Isso abre um flanco para que os adversários possam ‘bater’ nele”

, destacou.


O escândalo, portanto, coloca em xeque não apenas a gestão ambiental do governo mineiro, mas também os planos do governador de projetar seu nome para a sucessão presidencial.



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