EUA liberam visto restrito para Padilha participar de evento na ONU

Ministro da Saúde poderá comparecer à Assembleia-Geral da ONU, mas com circulação limitada em Nova York

Por Plox

19/09/2025 11h38 - Atualizado há 2 dias

Alexandre Padilha, ministro da Saúde, recebeu autorização para integrar a comitiva presidencial brasileira na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a partir da próxima segunda-feira (22). A concessão do visto, feita pelo governo dos Estados Unidos, foi confirmada na quinta-feira (18), após um período de incertezas que se estendia até os dias anteriores.


Imagem Foto: Agência Brasil


Segundo o próprio ministro, o visto concedido atende a um compromisso internacional:
\"Eu recebi o visto hoje, naquilo que é obrigação de um país que tem um acordo sede com organismo internacional da ONU e da OPAS, que tem que garantir o acesso de uma autoridade convidada para esse evento\"

, afirmou Padilha, referindo-se tanto à Assembleia-Geral da ONU quanto à da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).


No entanto, a autorização veio acompanhada de uma série de limitações. Padilha e seus familiares poderão circular apenas em um raio de até cinco blocos a partir do hotel onde estarão hospedados. Estão permitidos deslocamentos também entre o hotel, a sede da ONU e a missão diplomática do Brasil na cidade. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.


Antes da liberação do visto, o tema gerou repercussão. Em entrevista a jornalistas na terça-feira (16), Padilha minimizou o assunto com bom humor:
“Esse negócio do visto é igual aquela música: 'Tô nem aí'. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu”

.


As restrições atuais são consequência direta de um episódio ocorrido em 15 de agosto, quando os vistos da esposa e da filha do ministro foram cancelados pelo Consulado-Geral dos Estados Unidos em São Paulo. O visto de Padilha, por sua vez, já estava vencido desde o ano passado, o que o excluiu da anulação naquele momento.


Segundo nota divulgada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a decisão é uma forma de retaliação à suposta “cumplicidade” de Padilha no programa Mais Médicos, com alegações de envolvimento no que foi chamado de “esquema de exportação de mão de obra” do governo cubano.



A participação do ministro nos eventos da ONU e da OPAS foi, portanto, garantida, mas sob forte controle por parte das autoridades norte-americanas, evidenciando a tensão diplomática entre os países no que se refere a programas médicos de cooperação.


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