Leonardo Monteiro assume IEF após afastamento de Breno Lasmar

Nomeação do secretário adjunto da Semad ocorre após operação da PF contra fraudes ambientais em Minas Gerais

Por Plox

19/09/2025 12h06 - Atualizado há 3 dias

A recente operação da Polícia Federal em Minas Gerais, que mirou fraudes ambientais, provocou mudanças importantes na estrutura do governo estadual. A mais significativa foi a nomeação de Leonardo Monteiro, atual secretário adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), para a chefia do Instituto Estadual de Florestas (IEF).


Imagem Foto: Reprodução Redes Sociais


A nomeação foi oficializada no Diário Oficial do Estado na última quinta-feira (18). Monteiro entra no lugar de Breno Esteves Lasmar, afastado do cargo por decisão da Justiça Federal. Lasmar é investigado por envolvimento em um esquema de concessão irregular de licenças ambientais, apurado na chamada Operação Rejeito.



Desde maio de 2023, Leonardo Monteiro desempenha papel de destaque na gestão ambiental mineira. Além do posto de secretário adjunto da Semad, ele atua como secretário executivo do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH). Monteiro também preside as câmaras normativas e recursais dos dois colegiados e coordena o comitê de governança, integridade, riscos e controles da Semad.



Com vasta formação acadêmica, Monteiro é pós-doutor em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra, doutor e mestre em Direito pela PUC Minas. Ele integra ainda o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e participa de fóruns voltados à segurança pública e ao combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.


\"Não vou cair sozinho. Eu cumpria ordens\"

, declarou um dos investigados, em depoimento que reforça a complexidade do esquema investigado pela PF.

A Operação Rejeito foi deflagrada na quarta-feira (17) pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). Até o momento, 15 pessoas foram presas preventivamente, incluindo empresários e servidores públicos ligados ao setor ambiental. A ação contou com o cumprimento de 79 mandados de busca e apreensão, bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e suspensão das atividades de empresas envolvidas.



Segundo as investigações, a organização criminosa utilizava o pagamento de propinas para obter autorizações e licenças ambientais de maneira ilegal. Os órgãos citados no esquema incluem o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Agência Nacional de Mineração (ANM), a própria Semad-MG, o Iepha e o IEF.


Desde abril, uma série de denúncias tem sido revelada envolvendo irregularidades na concessão de licenças ambientais em Minas, com indícios de favorecimento a empresários e servidores. A nomeação de Leonardo Monteiro é vista como tentativa do governo estadual de retomar a confiança na gestão ambiental do estado.



A repercussão da operação se espalha pelos bastidores políticos de Minas Gerais, com novas exonerações e afastamentos sendo analisados. O Estado de Minas acompanha o desenrolar das investigações que podem trazer à tona mais envolvidos no escândalo.


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