A médica Maggy Lopes da Costa morreu nesta sexta-feira (19) após sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto cumpria expediente no Centro de Saúde Ventosa, localizado no bairro Jardim América, região Oeste de Belo Horizonte.
Foto: Arquivo Pessoal Internada desde a última segunda-feira (15), Maggy passou mal durante uma reunião promovida por um líder comunitário, que contou com a presença de vereadores da capital e representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). No encontro, ela relatou estar sendo vítima de violência psicológica no ambiente de trabalho.
O episódio ocorreu cerca de três semanas após a médica ter sido alvo de ameaças e postagens ofensivas em redes sociais. A motivação seria a recusa em copiar um relatório de autismo elaborado por outro profissional. Além dela, uma enfermeira e um psicólogo da mesma unidade de saúde também teriam sido alvo de agressões.
Durante audiência pública realizada nesta semana na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), membros do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) denunciaram que Maggy foi perseguida e agredida verbalmente pelo mesmo líder comunitário. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) conduz as investigações do caso.
A morte da profissional provocou comoção entre colegas da rede municipal de saúde, que organizaram uma paralisação nesta sexta-feira (19) como forma de protesto contra os casos recorrentes de violência nos centros de saúde de Belo Horizonte.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que, entre janeiro e junho de 2025, foram registradas cerca de 1.518 ocorrências de violência em unidades de saúde da capital — uma média de oito casos por dia.
Até o momento, a Prefeitura de Belo Horizonte não se pronunciou sobre o caso. A matéria será atualizada assim que houver manifestação oficial.