Senadores visitam Carla Zambelli em presídio de Roma
Parlamentares brasileiros foram até a Itália para prestar apoio à deputada, que aguarda extradição no presídio de Rebibbia
Por Plox
19/09/2025 10h22 - Atualizado há 3 dias
Na manhã desta sexta-feira (19), uma comitiva formada por senadores brasileiros desembarcou em Roma com o objetivo de visitar Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal licenciada que está presa na capital italiana desde o final de julho.

O grupo é composto por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE), Magno Malta (PL-ES) e Damares Alves (Republicanos-DF). Segundo as assessorias parlamentares, todos os custos da viagem — incluindo hospedagem e passagens — foram pagos pelos próprios senadores. O retorno ao Brasil está previsto para domingo, 21 de setembro.
A visita, segundo a assessoria de Eduardo Girão, foi definida como “humanitária”, com o objetivo de oferecer solidariedade à deputada e acompanhar sua situação de perto. Além disso, o grupo pretende se reunir com parlamentares italianos e autoridades locais, em uma tentativa de interceder pelo direito de Zambelli responder ao processo em liberdade.
Zambelli está atualmente detida no presídio de Rebibbia, em Roma, onde aguarda o trâmite do processo de extradição solicitado pela Justiça brasileira. No fim de agosto, um tribunal italiano decidiu mantê-la presa até que a decisão sobre o retorno ao Brasil seja concluída. A defesa alegou motivos de saúde para que ela pudesse aguardar em liberdade, mas o pedido foi negado.
A trajetória que levou à prisão da deputada começou após ela ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de reclusão. A condenação se deu por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto. O plano incluía a emissão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, conforme relato do próprio Delgatti. Zambelli chegou a publicar imagens com o hacker em Brasília, e foi ela quem o levou ao Palácio da Alvorada para um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após a condenação, Zambelli fugiu inicialmente para os Estados Unidos e, em seguida, se dirigiu à Europa, onde foi detida. Em agosto, já sob custódia italiana, ela recebeu uma nova sentença do STF: 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O episódio ocorreu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, quando ela perseguiu um homem no bairro Jardins, em São Paulo, portando uma arma. A defesa afirma que a deputada possuía autorização para o porte e nega a prática de qualquer crime, tendo recorrido da decisão.
Paralelamente aos processos judiciais, tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados o pedido de cassação do mandato de Zambelli. A comissão está atualmente ouvindo as testemunhas indicadas por sua defesa. Na última semana, a deputada participou remotamente de uma audiência, onde protagonizou uma troca de acusações com Walter Delgatti Neto, a quem chamou de “mitomaníaco”. O hacker reafirmou as denúncias feitas contra ela.
“A intenção é reforçar a importância de que a deputada possa responder ao processo em liberdade”, destacou a assessoria de Eduardo Girão.