Sífilis atinge dois novos casos por hora em Minas Gerais

Dados revelam aumento na doença, que pode ser transmitida por sexo oral, vaginal e anal

Por Plox

19/10/2024 08h41 - Atualizado há 2 dias

Neste sábado (19/10), o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Sífilis, uma data de conscientização marcada pelo aumento de casos em Minas Gerais. Até setembro de 2024, foram confirmados 16.235 casos no estado, com uma média de dois diagnósticos por hora. Apesar de representar uma queda de 16,8% em comparação aos 18.960 casos registrados em 2023, houve um aumento significativo de 42,3% em relação a 2019, antes da pandemia.

Foto: Klaus Nielsen/Pexels/Reprodução

A sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum, é uma infecção de fácil transmissão, que evolui em estágios e pode se manifestar inicialmente como uma ferida indolor, geralmente nos genitais, ânus ou boca. A ausência de tratamento adequado pode levar a complicações neurológicas e até à morte, alertam especialistas.

Práticas sexuais sem preservativo aumentam os riscos

A infecção pode ocorrer por meio de sexo oral, vaginal, anal e até mesmo através de contato com secreções durante a masturbação de outra pessoa. Embora o uso de preservativo seja a maneira mais eficaz de prevenção, muitos não utilizam camisinha em todas as relações, especialmente as orais. Por isso, médicos recomendam testagens regulares, principalmente para aqueles com múltiplos parceiros ou que iniciam novos relacionamentos.

Sífilis na gravidez exige atenção redobrada

A sífilis é particularmente perigosa para gestantes, pois pode ser transmitida ao feto, causando sérias complicações neurológicas e deficiências. Até o momento, Minas Gerais registrou 4.068 casos de sífilis em grávidas neste ano, uma redução de 33,3% em relação a 2023. Entretanto, a testagem durante a gestação permanece fundamental para prevenir a sífilis congênita, com exames recomendados no início e final do pré-natal.

Tratamento é acessível e eficaz

O tratamento convencional para a sífilis envolve a aplicação de Benzetacil, uma forma de penicilina, cujo número de doses varia de acordo com a gravidade da infecção. Para alérgicos, há opções de antibióticos orais. Além disso, há a profilaxia com o uso de doxiciclina até 72 horas após uma exposição de risco, reduzindo as chances de infecção.

Nos Estados Unidos, o uso preventivo da doxiciclina já é recomendado para grupos específicos, mas ainda não foi oficializado no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Destaques