Cárcere privado: idoso é preso por manter companheira e filha em condições degradantes
Ex-esposa e filhas do suspeito também foram indiciadas por cumplicidade nos crimes
Por Plox
19/11/2024 14h47 - Atualizado há 3 dias
Um caso de contra a mulher e uma criança de apenas dois anos chocou a região metropolitana de Belo Horizonte. Um homem de 63 anos foi preso acusado de cárcere privado triplamente qualificado e outros crimes graves contra sua companheira, de 35 anos, e a filha do casal. A ação ocorreu no bairro São Damião, em Vespasiano, após denúncia anônima levar a Polícia Civil de Minas Gerais até o local, no dia 6 de novembro.
Condições degradantes e abusos revelados
De acordo com a delegada Nicole Perim, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Vespasiano, as vítimas viviam em uma situação de extrema precariedade. Elas eram mantidas em um quarto trancado, com condições insalubres.
"Era um local totalmente insalubre. Elas ficavam trancadas em um quarto e precisavam usar um balde para fazer suas necessidades fisiológicas. No ambiente havia apenas uma cama de solteiro, uma geladeira e um fogão", detalhou a delegada.
Além do cárcere, as vítimas sofreram violência física e psicológica. "Ele fazia ameaças, dizia que elas morreriam se tentassem sair do quarto. Também houve relatos de empurrões, chutes e socos", acrescentou Nicole Perim.
O acusado não resistiu à prisão e confessou os crimes, justificando suas ações com medo de que a companheira fugisse com a filha. Ele foi formalmente indiciado pelos crimes de cárcere privado triplamente qualificado, ameaça, vias de fato e violência psicológica.
Cúmplices dentro de casa
A investigação trouxe à tona o envolvimento da ex-esposa do suspeito, de 62 anos, e de suas duas filhas, de 22 e 25 anos, que também residiam na casa. Embora não tenham participado diretamente dos abusos, a Polícia Civil concluiu que elas tinham pleno conhecimento da situação e se omitiram.
“Elas moravam na mesma casa, que é muito pequena, com menos de 80 metros quadrados, dois quartos e um banheiro. Elas alegaram desconhecer o cárcere, mas, nessas condições, seria impossível não perceber que uma criança de dois anos estava sendo mantida trancada em um quarto", explicou a delegada.
As três mulheres foram indiciadas por cárcere privado duplamente qualificado. No entanto, como não houve flagrante e não existiam elementos suficientes para justificar uma prisão preventiva, elas permanecem em liberdade enquanto aguardam os desdobramentos do processo.
Denúncia e investigação em andamento
A Polícia Civil reforçou a importância de denúncias em casos de violência doméstica, como a que possibilitou a prisão do suspeito e a libertação das vítimas. O caso segue em investigação, com detalhes sobre as circunstâncias e a extensão dos abusos ainda sendo apurados.