Investigados planejaram prender Alexandre de Moraes, revela relatório da PF

Militares monitoraram residência do ministro do STF como parte de plano abortado; Operação Contragolpe traz detalhes sobre a articulação.

Por Plox

19/11/2024 20h48 - Atualizado há 1 dia

Militares investigados pela Polícia Federal (PF) são apontados como responsáveis por planejar ações clandestinas com o objetivo de prender o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. As informações constam no relatório da Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19). De acordo com a PF, o plano foi cancelado após o adiamento de uma sessão do STF.

Alexandre de Moraes Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

Monitoramento da residência de Moraes

A residência oficial de Alexandre de Moraes foi monitorada pelos suspeitos, que teriam organizado uma operação clandestina identificada como Copa 2022. Segundo o relatório, o grupo se dividiu em pontos estratégicos para realizar ações com o objetivo de capturar o ministro.

– “As mensagens trocadas entre os integrantes do grupo Copa 2022 demonstram que os investigados estavam em campo, divididos em locais específicos para, possivelmente, executar ações com o objetivo de prender o ministro Alexandre de Moraes” – descreve o relatório da PF.

No entanto, o plano foi interrompido após o adiamento de uma sessão do STF que discutiria o orçamento secreto do Congresso. A notícia do adiamento foi compartilhada no grupo de mensagens instantâneas usado pelos investigados, levando à suspensão da operação.

– “Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui ainda” – escreveu um dos envolvidos na comunicação interceptada pela PF.

Operação clandestina e códigos utilizados

A investigação revelou que os acusados utilizaram linhas telefônicas de terceiros e se comunicavam por meio do aplicativo Signal, que possui criptografia avançada. Codinomes como Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Japão e Gana eram usados para ocultar as identidades dos envolvidos.

As mensagens e a localização dos aparelhos celulares analisados pela PF indicam que é “plenamente plausível” que a residência de Moraes tenha sido monitorada por um dos suspeitos.

Planos contra Lula e Alckmin

O relatório também aponta que os investigados tinham planos de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). No dia em que a operação clandestina ocorreu, Lula estava em São Paulo participando de um evento com catadores de materiais recicláveis, enquanto Alckmin se encontrava com governadores em um hotel em Brasília.

Contexto da investigação

A Operação Contragolpe busca esclarecer atividades realizadas em dezembro de 2022, pouco após a diplomação de Lula e Alckmin pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), então presidido por Moraes. Os cinco militares investigados estariam envolvidos em articulações para impedir a posse do presidente eleito no final do governo Jair Bolsonaro (PL).

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