Jovem grávida de 4 meses morre ao proteger irmão autista em abordagem da PM em MG
Ministério dos Direitos Humanos cobra investigação rigorosa e reforça necessidade de respeito aos direitos humanos em operações policiais.
Por Plox
19/11/2024 10h08 - Atualizado há 2 dias
A morte de Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos, durante uma abordagem da Polícia Militar em Governador Valadares (MG), gerou grande comoção e indignação. A jovem, que estava grávida de quatro meses, tentou proteger o irmão autista, causando repercussão nacional. O caso aconteceu na última sexta-feira (15), no bairro Vila dos Montes.
Ação policial e as circunstâncias da morte
De acordo com testemunhas, Thainara morreu após tentar intervir em defesa do irmão autista, que teria se alterado com a presença de policiais na residência da família. A abordagem fazia parte de uma operação em busca de um adolescente suspeito de homicídio, que supostamente estaria no local.
Relatos de moradores indicam que a jovem não resistiu à força física utilizada pelos agentes. A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte e a conduta dos policiais envolvidos. Segundo a delegada Adeliana Xavier, da Polícia Civil de Governador Valadares, as investigações já estão em andamento.
Repercussão oficial e cobrança por justiça
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), liderado por Macaé Evaristo, emitiu uma nota lamentando a morte de Thainara e prestando solidariedade à família. Na declaração, a pasta ressaltou que as forças de segurança devem agir em conformidade com protocolos que garantam o respeito aos direitos humanos, destacando que "o Estado deve ser um instrumento de proteção e segurança para todos".
O MDHC anunciou que solicitará celeridade e imparcialidade na apuração do caso às seguintes instituições:
- Secretaria Estadual de Segurança Pública;
- Delegacia Geral da Polícia Civil;
- Comando Geral da Polícia Militar;
- Corregedoria da Polícia Militar;
- Ouvidoria das Polícias do Estado.
Resposta da Polícia Militar
A Polícia Militar declarou que os fatos estão sendo investigados rigorosamente e que a instituição está comprometida com a transparência e a verdade.
Gravidez intensifica indignação
A confirmação de que Thainara estava no quarto mês de gestação foi recebida com pesar e revolta. A tragédia gerou reflexões sobre os limites da atuação policial em situações envolvendo pessoas vulneráveis, como jovens, gestantes e indivíduos com condições específicas, como o autismo.