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Médico influenciador é condenado por fake news sobre riscos da mamografia
Justiça Federal em Minas determina que Lucas Ferreira Mattos remova vídeos do Instagram e YouTube e proíbe novas publicações enganosas sobre mamografia, após ação da AGU em parceria com o Ministério da Saúde
19/11/2025 às 12:50por Redação Plox
19/11/2025 às 12:50
— por Redação Plox
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A Justiça Federal de Minas Gerais condenou o médico Lucas Ferreira Mattos, que possui mais de 1,5 milhão de seguidores nas redes sociais, por divulgar informações falsas de que a mamografia aumentaria o risco de câncer de mama. A decisão atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). O médico terá 24 horas para apagar de seus perfis no Instagram e no YouTube os vídeos em que falava sobre os supostos “riscos” do exame.
Médico que espalha desinformação sobre câncer de mama é registrado no CRM de Minas Gerais
Foto: Redes sociais
De acordo com a decisão, as declarações do médico não têm base científica e podem colocar em risco mulheres que deixarem de realizar o exame por causa da desinformação. Ele também está proibido de publicar novos conteúdos com informações falsas sobre mamografia.
Médico acumula polêmicas e atua em dois estados
O registro de Lucas Ferreira Mattos no Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, de número 79768-MG, está ativo desde 7 de junho de 2019. Ele também possui inscrição secundária em São Paulo, em vigor desde maio de 2023. O médico não tem especialidade registrada em nenhum dos conselhos.
Em um dos vídeos que motivaram a ação, ele responde a uma seguidora que relatava ter dois cistos nos seios, fazia acompanhamento médico e queria saber “o que poderia fazer para acabar [com os cistos]”.
Ficar fazendo mamografia? Uma mamografia gera uma radiação para a mama equivalente a 200 raios-X. Isso aumenta a incidência de câncer de mama, por excesso de mamografia. Tenho 100% de certeza que o seu nódulo benigno é deficiência de iodo.
Lucas Ferreira Mattos
Nas redes sociais, Lucas Ferreira Mattos também vendia cursos em que dizia “ensinar” a combater doenças como hipotireoidismo apenas com dietas e defendia, sem qualquer evidência científica, que pacientes adoecem porque remédios são feitos com derivados de petróleo.
AGU aciona Justiça para barrar desinformação
A ação contra o médico foi proposta pela AGU em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação da Presidência, dentro do projeto “Saúde com Ciência”, iniciativa voltada ao combate de notícias falsas na área da saúde.
A procuradora-geral da União, Clarice Calixto, destacou que a medida busca proteger a vida das mulheres. A informação correta pode definir se um câncer de mama será descoberto a tempo de tratamento eficaz.
Mamografia ampliada no SUS
Desde setembro, o Ministério da Saúde ampliou o acesso à mamografia no SUS. Mulheres entre 40 e 49 anos podem realizar o exame mesmo sem sintomas. Essa faixa etária concentra 23% dos casos de câncer de mama, e o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura.
A recomendação é que a solicitação do exame seja feita em conjunto com um profissional de saúde, responsável por orientar sobre benefícios e riscos.
Atualmente, as mamografias em mulheres com menos de 50 anos já representam 30% do total de exames realizados no SUS, somando mais de 1 milhão apenas em 2024. Para mais informações sobre sintomas, prevenção e tratamento do câncer de mama, o Ministério da Saúde mantém conteúdos atualizados em seu site oficial.