Polícia

‘Não falei que ia te pegar?’, diz marido de empresária morta em estrada de terra

Frase ameaçadora dita por Marcelo Fernandes antes do crime expõe temor de Cláudia Cristina, vítima de feminicídio em Cachoeiro de Itapemirim; marido está preso temporariamente enquanto investigação prossegue.

19/11/2025 às 10:48 por Redação Plox

“Não falei que ia te pegar?” A frase, dita pelo marido da empresária Cláudia Cristina da Silva Fernandes momentos antes de sua morte em uma estrada de terra, tornou-se ponto central nas investigações sobre o crime que chocou Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.

Marcelo (à esquerda) é apontado como suspeito pelo assassinato de Cláudia Cristina (à direita)

Marcelo (à esquerda) é apontado como suspeito pelo assassinato de Cláudia Cristina (à direita)

Foto: Reprodução


Testemunha relata ameaça momentos antes do crime

Na noite da última terça-feira (16), a Polícia Civil ouviu o depoimento do homem que estava dentro do carro com Cláudia pouco antes da tragédia. Segundo ele, ao fugir do local após presenciar a aproximação ameaçadora de Marcelo Fernandes, marido da vítima e principal suspeito, ouviu instantes depois um forte estrondo – considerado, segundo o delegado responsável pelo caso, um som compatível com o atropelamento que tirou a vida de Cláudia.

A identidade da testemunha está sob sigilo. Ele relatou que estava no banco do carona, conversando com a empresária, quando percebeu os faróis de uma caminhonete se aproximando. Ao identificar o veículo do marido, Cláudia demonstrou preocupação e alertou seu acompanhante sobre a situação.

Encontro casual e o temor nas últimas horas

O homem relatou aos investigadores que havia conhecido Cláudia apenas uma semana antes, pelas redes sociais. O encontro, segundo o depoimento, tinha caráter apenas amistoso e teria ocorrido no bairro IBC porque ela estaria prestes a viajar.

Segundo informações colhidas durante a investigação, Cláudia revelou à testemunha que passava por um processo de separação conturbado e buscava apenas alguém para conversar. O depoente negou qualquer envolvimento amoroso, mencionando que o contato entre ambos não passou de um abraço ao se cumprimentarem.

Chegada do suspeito e dinâmica do crime

De acordo com o relato, no momento em que Marcelo estacionou perto do carro da vítima, aproximou-se da janela e fez a frase ameaçadora que ficou marcada no caso: “Não falei que ia te pegar?”. Em seguida, ele retornou para sua caminhonete. Assustada, Cláudia pediu que o homem a acompanhasse deixasse o carro, dizendo que tentaria conversar com o marido.

Após a fuga da testemunha, momentos depois, ouviu-se o ruído associado ao atropelamento.

Investigação aponta histórico de violência

A Polícia Civil informou que os celulares de Cláudia e Marcelo foram encontrados em uma das empresas administradas por eles. As apurações indicam que havia histórico de violência praticada por Marcelo contra a vítima, apesar de não existirem denúncias formais registradas.

Suspeito se apresenta à polícia

Procurado após o crime, Marcelo Fernandes se entregou voluntariamente à polícia. Havia um mandado de prisão temporária em aberto contra ele, e a investigação segue para esclarecer todas as circunstâncias do caso.

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