AGU mobiliza PF para investigar fake news que impactaram o mercado financeiro

Disseminação de boatos sobre o Banco Central e Gabriel Galípolo elevou dólar e gerou instabilidade cambial

Por Plox

19/12/2024 22h13 - Atualizado há 7 meses

A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal (PF) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) uma investigação sobre crimes contra o mercado de capitais, após informações falsas circularem nas redes sociais sobre o Banco Central, a política monetária brasileira e Gabriel Galípolo, futuro presidente da instituição. A conta responsável pela disseminação dos boatos foi criada em agosto de 2024, possuía menos de 4 mil seguidores e, mesmo com alcance limitado, conseguiu impactar negativamente o mercado financeiro.

Advogado-geral da União, Jorge Messias Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Impacto no mercado financeiro

A AGU destacou que a propagação de notícias falsas prejudicou a percepção do mercado e contribuiu para a instabilidade cambial, com aumento do dólar e queda no volume de negociações no mercado de capitais. Segundo o documento enviado às autoridades, "sabe-se que há relação direta entre a cotação de moeda estrangeira, notadamente o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores, tanto que a recente elevação do valor da moeda americana veio acompanhada de queda do montante de valores negociados no mercado de capitais".

Base legal para investigação

A AGU argumentou que a disseminação desses boatos pode configurar crime de manipulação de mercado, de acordo com a Lei nº 6.385/1976, que regula o mercado de valores mobiliários no Brasil. A entidade enfatizou a gravidade da situação e pediu medidas imediatas para identificar e responsabilizar os envolvidos.

Gabriel Galípolo: alvo das fake news

Gabriel Galípolo, atualmente diretor de Política Monetária do Banco Central, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência da instituição em 2025. Após ser sabatinado, seu nome foi aprovado pelo Senado em outubro deste ano. As notícias falsas disseminadas nas redes sociais também tinham como alvo sua indicação, o que contribuiu para aumentar a repercussão e os danos causados.

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