Governo Lula descarta R$ 368 milhões em medicamentos e vacinas desde o início do mandato
Insumos incluem anestésicos, bloqueadores neuromusculares e imunizantes; Ministério da Saúde aponta contexto da pandemia e possibilidade de restituição parcial.
Por Plox
19/12/2024 15h01 - Atualizado há 5 meses
Desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Saúde já incinerou R$ 367,9 milhões em medicamentos e insumos, segundo dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI). A maior parte das perdas concentra-se em anestésicos e bloqueadores neuromusculares, itens comprados em grande escala durante a pandemia de Covid-19. O descarte também incluiu milhões de doses de vacinas, gerando repercussão negativa.

Anestésicos e bloqueadores dominam a lista de incineração
Entre os medicamentos incinerados, três itens se destacam pelo alto valor descartado:
- Besilato de atracúrio: R$ 73 milhões.
- Propofol: R$ 71 milhões.
- Besilato de cisatracúrio: R$ 69 milhões.
Esses três medicamentos totalizam R$ 213 milhões, representando quase 60% de todo o montante incinerado. No total, os itens destruídos foram divididos em 1,6 mil lotes, indicando o volume expressivo de insumos descartados.
Justificativa do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde explicou, em resposta oficial, que a incineração nem sempre implica prejuízo total aos cofres públicos, pois parte do valor pode ser recuperada por meio de acordos com fornecedores. No entanto, a pasta não detalhou quanto, dos R$ 367,9 milhões descartados, foi efetivamente restituído.
O órgão também atribuiu as perdas ao contexto da pandemia de Covid-19, quando houve uma compra emergencial e em larga escala de medicamentos utilizados em intubações, como os anestésicos e bloqueadores neuromusculares. O consumo desses itens, segundo o ministério, caiu drasticamente após a ampliação da vacinação e a redução de casos graves da doença.
Vacinas também foram descartadas
Além dos medicamentos, o governo incinerou 10,9 milhões de doses de vacinas ao longo de 2024. Entre elas, 6,4 milhões eram imunizantes contra a Covid-19, mas também houve descarte de vacinas para outras doenças, como a gripe. Esse volume significativo de doses vencidas reforçou o debate sobre a gestão de estoques e a eficiência logística do Ministério da Saúde.