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Política
CPMI do INSS mira novos depoimentos após operação da PF sobre fraudes bilionárias
Relator Alfredo Gaspar pede convocação de Lulinha, Weverton Rocha e outros ligados a núcleo político e empresarial de esquema que apura R$ 6,3 bilhões em descontos irregulares no INSS
19/12/2025 às 15:24por Redação Plox
19/12/2025 às 15:24
— por Redação Plox
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BRASÍLIA – A CPMI do INSS, comissão do Congresso que investiga fraudes contra aposentados e pensionistas, pretende ouvir novos nomes após o recesso parlamentar, em razão da fase mais recente da operação deflagrada pela Polícia Federal sobre o caso. O relator do colegiado, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), protocolou requerimentos para convocar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
A CPMI do INSS é presidida e relatada por Carlos Viana e Alfredo Gaspar, respectivamente
Foto: Senado Federal do Brasil
Oposição mira Lulinha e operação da PF amplia pressão
Lulinha entrou na mira da oposição após ser citado em investigações que apontam o suposto recebimento de recursos de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Na quinta-feira (19/12), o presidente Lula afirmou que o governo federal seguirá investigando o caso independentemente de quem esteja envolvido no esquema de corrupção.
Já o senador Weverton Rocha foi alvo de mandados de busca e apreensão por suspeita de participação nos crimes. Em nota, o parlamentar, que é vice-líder do governo no Senado, declarou que está à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral à decisão judicial.
Outras convocações atingem núcleo político e empresarial
Além de Lulinha e Weverton, Alfredo Gaspar quer convocar Danielle Miranda Fonteles, publicitária mencionada nas apurações; Adroaldo Portal, ex-secretário-executivo da Previdência; a empresária Roberta Luchsinger; e Gustavo Marques Gaspar, assessor de Weverton Rocha.
De acordo com o relator, os requerimentos se amparam em indícios reunidos ao longo dos trabalhos da CPMI e em informações colhidas pela Polícia Federal na operação que apura descontos associativos irregulares em benefícios do INSS, esquema que, segundo as investigações, pode somar R$ 6,3 bilhões.
Relator aponta peças-chave em esquema bilionário
Alfredo Gaspar sustenta que os convocados são considerados peças centrais para esclarecer o funcionamento da fraude. As apurações miram eventuais vínculos pessoais, influência política, repasses financeiros suspeitos, indicações para cargos estratégicos, reuniões não registradas e possível blindagem institucional que teria permitido a continuidade dos descontos.
Nos documentos, o relator afirma que o objetivo é entender como o esquema teria se sustentado por tanto tempo dentro do INSS. Segundo ele, os nomes agora incluídos nos pedidos de convocação já haviam surgido em etapas anteriores da comissão, mas foram barrados por articulação de parlamentares da base aliada do governo.
Convocações dependem de aval da maioria governista
Apesar do protocolo dos novos requerimentos, as convocações ainda precisam ser aprovadas pela maioria dos integrantes da CPMI. Os pedidos são incluídos na pauta pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e, em seguida, submetidos à votação.
Embora presidência e relatoria estejam sob comando da oposição, a composição da CPMI é majoritariamente governista, com parlamentares alinhados ao Planalto. Esse equilíbrio político tem sido determinante para o desfecho das deliberações, especialmente nos requerimentos que miram figuras consideradas sensíveis.
Nas últimas sessões, esse cenário se repetiu: mesmo com as tentativas do relator Alfredo Gaspar e do presidente Carlos Viana de convocar nomes de maior impacto, a base governista se articula para rejeitar os pedidos e limitar o alcance das investigações dentro da comissão.