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O período de festas de fim de ano costuma ser marcado por celebrações, reencontros e muita animação para as pessoas. Para cães e gatos, porém, esse mesmo cenário pode significar medo intenso, desorientação e até risco de morte. Mesmo com leis que proíbem ou restringem fogos de artifício com estampido em diversas cidades brasileiras, a prática ainda é comum e traz consequências graves para os animais. Além do barulho, há mudanças de rotina, agitação, luzes intensas, cheiros diferentes e um ambiente pouco previsível para os pets.
![Fwd: [Sugestão de pauta] Fim de ano não pode ser o fim de uma vida: fogos, estresse e riscos invisíveis para cães e gatos](https://static.plox.com.br/uploads/body/landscape/2025-12/img_69452f7c12209-q90.avif)
Foto: Divulgação
A médica-veterinária Farah de Andrade, consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, explica que a audição de cães e gatos é muito mais sensível que a dos humanos. Enquanto pessoas ouvem frequências de até 20.000 Hz, cães percebem sons de até 60.000 Hz e gatos chegam a 85.000 Hz. Na prática, o que para muitos é um momento de alegria é percebido pelos animais como verdadeiras explosões, súbitas e ameaçadoras.
Segundo a veterinária, essa exposição pode desencadear tremores, tentativas de fuga, agressividade, convulsões, automutilação, agravamento de quadros em animais com outras doenças e até óbito. O fim de ano, que deveria ser apenas um momento de confraternização, muitas vezes se transforma em um período crítico para a saúde física e emocional dos pets.
Para reduzir riscos, a orientação da especialista é que os tutores não deixem a preparação para a última hora. O ideal é iniciar o manejo com alguns dias de antecedência, incluindo a dessensibilização sonora e uma avaliação veterinária para identificar o nível de ansiedade do animal.
A dessensibilização sonora consiste em expor gradualmente o pet a sons parecidos com os dos fogos, sempre associados a experiências positivas, como brincadeiras, petiscos e carinho. Mesmo assim, a consulta com o médico-veterinário é indispensável para definir o grau de ansiedade e avaliar se há necessidade de apoio com medicamentos naturais ou controlados.
Florais de Bach, nutracêuticos e fitoterápicos — como valeriana, kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina — são algumas opções naturais com ação calmante, que podem ser manipuladas em formas mais fáceis de oferecer, como biscoitos, glóbulos ou molhos saborizados.
De acordo com Farah de Andrade, animais muito ansiosos ou com condições clínicas específicas podem precisar de medicamentos controlados. Nesses casos, a manipulação permite ajustar com precisão a dosagem ao peso do animal e ao tempo de uso, além de viabilizar formas farmacêuticas palatáveis, algo especialmente importante para os gatos.
No dia dos fogos, manter o pet dentro de casa, em um local seguro e tranquilo, é fundamental. Portas e janelas devem ficar fechadas, e o animal precisa ter acesso a itens familiares, como brinquedos e roupas com o cheiro do tutor. O uso de difusores com feromônios sintéticos no ambiente (sempre fora do alcance dos animais) pode ajudar a reduzir o estresse.
Sons ambientes, como televisão ou música, também contribuem para abafar o ruído dos fogos. Sempre que possível, o ideal é que o pet não fique sozinho, já que a presença do tutor transmite segurança e tende a diminuir o nível de ansiedade. Planejamento, acompanhamento veterinário e manejo adequado do ambiente fazem a diferença entre uma noite de pânico e uma passagem de ano mais tranquila para os animais.
Além do barulho, o contexto das festas de fim de ano traz uma série de outros perigos, muitas vezes subestimados. A decoração natalina com fios elétricos, enfeites pequenos e plantas tóxicas, como a flor-de-natal, pode causar intoxicações, choques ou obstruções intestinais.
A ceia também exige atenção redobrada. Alimentos comuns à mesa, como uvas e uvas-passas, carambola, chocolate, cebola, alho e restos de ossos, podem provocar desde problemas gastrointestinais até insuficiência renal aguda, anemia hemolítica e engasgos graves. Muitas das emergências veterinárias dessa época são resultado direto de alimentos aparentemente inofensivos oferecidos aos pets.
Na prática, é comum que tutores ofereçam “um pedacinho” da comida como forma de carinho, sem conhecer os riscos. Essa falta de informação aumenta a chance de intoxicações e acidentes envolvendo cães e gatos durante as festas. A orientação dos especialistas é clara: a melhor forma de cuidado é manter os animais com alimentação apropriada, longe dos pratos da ceia e sempre sob supervisão.