A Prefeitura de Ipatinga anunciou, nesta sexta-feira (19/12), a assinatura de um acordo definitivo com a Fundação São Francisco Xavier (FSFX), mantenedora do Hospital Márcio Cunha (HMC). Mediado pelo Ministério Público de Minas Gerais, o entendimento encerra um impasse em torno de dívidas do município com a instituição e estabelece um cronograma claro de pagamentos até 2026, garantindo a continuidade ininterrupta dos serviços de saúde essenciais para Ipatinga e cidades vizinhas. Além de quitar débitos acumulados, o acerto reforça o compromisso do poder público com o bem-estar da população e projeta maior segurança para o futuro da rede assistencial.
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O acordo surge em resposta às recentes preocupações veiculadas na mídia sobre os débitos municipais com a FSFX, afastando o risco de insegurança quanto à prestação dos serviços médicos.
Durante a reunião final, realizada nesta sexta-feira, o secretário municipal de Saúde, Walisson Silva Medeiros, afirmou que o entendimento representa um ponto de virada na relação entre o município e a fundação, ao mesmo tempo em que traz tranquilidade à população.
Ao lado dele, o procurador-geral do Município, Andrei Gonçalves Ferreira, reforçou que não houve, em nenhum momento, prejuízo assistencial decorrente da questão financeira. Segundo ele, o acordo permite não apenas regularizar pendências do passado, mas também estruturar um planejamento sustentável para os próximos anos.
As tratativas contaram com duas reuniões decisivas – a primeira na terça-feira e a final nesta sexta-feira – e foram construídas de forma colaborativa. Participaram representantes das secretarias municipais de Saúde, Fazenda, Governo e Planejamento, além da Procuradoria-Geral do Município e do corpo diretivo da FSFX.
A mediação envolveu ainda instituições consideradas estratégicas para o setor, como a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS/MG). Essa articulação ampliada buscou uma solução equilibrada e focada no interesse público.
No centro do acordo está a quitação de uma dívida acumulada ao longo de diferentes gestões, com repasses provenientes das esferas federal, estadual e municipal. Já na primeira reunião, a Prefeitura realizou um pagamento inicial de quase R$ 13,5 milhões, sinalizando compromisso imediato com a regularização dos valores devidos.
O cronograma para o saldo restante prevê parcelas mensais a partir de fevereiro de 2026, com conclusão em abril do mesmo ano. O orçamento municipal de 2026 já contempla repasses mensais atualizados e garantidos à FSFX, o que dá maior estabilidade financeira e operacional ao Hospital Márcio Cunha, referência regional que atende Ipatinga e municípios pactuados.
De acordo com a Secretaria de Saúde, embora o valor da dívida esteja relacionado ao exercício de 2025, trata-se de um passivo histórico, carregado ano após ano sem solução definitiva. Com o novo arranjo, a expectativa é de quitação integral desses débitos e de um cenário mais previsível para o financiamento da saúde.
Walisson Medeiros ressaltou que usuários em tratamento no Hospital Márcio Cunha, especialmente em áreas como oncologia, neurologia e nefrologia, nunca sofreram desassistência, mesmo diante do impasse financeiro. Para esses pacientes, o acordo passa a representar uma garantia adicional de continuidade dos cuidados e de estabilidade na oferta de serviços especializados.
Segundo o gestor, a formalização do entendimento consolida uma segurança que, na prática, já vinha sendo preservada, mas agora ganha respaldo jurídico e financeiro mais robusto.
A FSFX, reconhecida pela excelência em saúde, permanece como um parceiro estratégico do município na oferta de serviços hospitalares de média e alta complexidade. Para a administração municipal, o acordo reafirma essa condição ao priorizar a regularização dos pagamentos e consolidar um fluxo estável de recursos.
Ao comentar o desfecho das negociações, o prefeito Gustavo Nunes enfatizou que a iniciativa resolve uma pendência administrativa relevante e, ao mesmo tempo, amplia o debate sobre a importância do planejamento e do diálogo na gestão da saúde pública.
Na avaliação do Executivo, a solução construída em conjunto com os diversos atores envolvidos representa um capítulo de união e progresso, em que o foco permanece no que é central para a política de saúde: garantir atendimento contínuo, salvar vidas e fortalecer as comunidades atendidas pelo Hospital Márcio Cunha.
