Em um gesto de empatia coletiva, a Prefeitura de Ipatinga, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), vem fortalecendo uma rede de solidariedade que muda o rumo da vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Com o Programa de Apadrinhamento Trilhas do Afeto e o Serviço Família Acolhedora Laços de Afeto, o município convida cidadãos, famílias e empresas a se tornarem protagonistas na proteção infantil, transformando gestos simples de carinho em apoio concreto ao desenvolvimento emocional e social de crianças e jovens afastados de suas famílias de origem por decisão judicial.

Vinculadas ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), essas iniciativas ajudam a evitar os efeitos negativos do acolhimento prolongado em instituições e redirecionam esforços para a prevenção e a proteção integral. Ao priorizar o afeto voluntário, Ipatinga cria referências seguras, fortalece o desenvolvimento psíquico e emocional e constrói um senso de pertencimento que impacta toda a comunidade. Além de aliviar a sobrecarga de abrigos institucionais, os programas fomentam a solidariedade e refletem o espírito unido e generoso da população do Vale do Aço.

Afeto como política pública

A proposta é transformar experiências cotidianas em política pública: um abraço que ameniza traumas, um passeio no parque que rende lembranças felizes ou um lar temporário com cheiro de bolo fresco. Em Ipatinga, essas cenas ganham dimensão institucional.

Em meio a esse esforço, o secretário de Assistência Social de Ipatinga, Flávio Miranda, destaca a força dos vínculos afetivos ao acompanhar histórias reais de superação. Para ele, o afeto funciona como um poderoso instrumento de transformação e um convite para que mais pessoas se somem a essa rede de apoio.

Lançado para ampliar a convivência familiar e contínua de crianças e adolescentes acolhidos em instituições como o Educandário Família de Nazaré (EFAN), Ação Social S.O.S. Família I e S.O.S. Família II, o Programa de Apadrinhamento Trilhas do Afeto se destaca pela flexibilidade. São quatro modalidades de participação, adaptadas a diferentes perfis e realidades:

Afetiva – visitas regulares, passeios, fins de semana e férias compartilhadas, fortalecendo vínculos emocionais e o desenvolvimento pessoal;

Financeira – doações de materiais escolares, cursos profissionalizantes, roupas, calçados e brinquedos, abertas a pessoas físicas ou jurídicas;

Educador/provedor – custeio de aulas de música, idiomas, esportes ou reforço escolar, investindo no futuro educacional dos acolhidos;

Prestador de serviços – apoio prático, como consultas médicas, odontológicas, psicológicas ou reformas nas unidades, incluindo reparos hidráulicos e elétricos.

Apadrinhamento sem mudança de guarda

Diferentemente da adoção, o apadrinhamento não altera a guarda legal, que permanece com as instituições de acolhimento. O objetivo é oferecer apoio essencial sem exigir dedicação integral ou condição socioeconômica específica. As regras são simples: ter 18 anos ou mais, independentemente de estado civil, raça ou sexo; manter pelo menos oito anos de diferença em relação ao afilhado; e não estar na fila de adoção.

Os interessados podem buscar diretamente as entidades parceiras: Unidade 1 S.O.S. Família (WhatsApp: (31) 93619-4891), Unidade 2 S.O.S. Família (WhatsApp: (31) 98311-2573) e Educandário Família de Nazaré – EFAN (WhatsApp: (31) 98711-8835 ou telefone (31) 3826-4905). Segundo os responsáveis pela execução do programa, esses vínculos têm gerado impactos concretos, como redução de problemas relacionais e aumento da autoestima entre os acolhidos, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com a Constituição Federal.

Família acolhedora e lares temporários

Ipatinga também deu um passo importante ao regulamentar o Serviço Família Acolhedora Laços de Afeto pela Lei Municipal nº 4.845/2024, tornando-se uma das poucas cidades mineiras a oferecer essa alternativa humanizada ao acolhimento institucional. Em vez de grandes abrigos, crianças e adolescentes em medida protetiva passam a ser recebidos em lares de famílias voluntárias, habilitadas e capacitadas pela Prefeitura, garantindo um ambiente afetivo e individualizado enquanto aguardam reintegração familiar ou adoção definitiva.

O processo de habilitação é rigoroso, mas acolhedor. Envolve inscrição, entrevistas, estudo psicossocial e um curso de 20 horas sobre vínculos afetivos, desapego e compromissos previstos no ECA. Entre os requisitos estão: residir em Ipatinga há pelo menos um ano, ter 24 anos ou mais, não possuir antecedentes criminais, não apresentar dependência química ou comprometimento psiquiátrico, não constar no Cadastro Nacional de Adoção e dispor de espaço físico e emocional para o acolhimento.

Após a aprovação, as famílias recebem certificado e acompanhamento permanente de uma equipe interdisciplinar, com suporte 24 horas. As metas do programa incluem índices de reintegração familiar superiores a 70%, reforçando a proposta de que a medida seja sempre provisória e orientada à convivência familiar e comunitária.

Quem deseja se candidatar ao Serviço Família Acolhedora pode entrar em contato pelo WhatsApp (31) 97209-6228 ou pelo e-mail: [email protected].