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A morte de Diuliene Rodrigues, aluna de natação com deficiência cognitiva, após um episódio de submersão durante aula no clube USIPA, em Ipatinga, abriu uma série de questionamentos sobre segurança em atividades aquáticas, supervisão de alunos com deficiência, cumprimento de protocolos de salvamento e transparência da instituição. Segundo a família da nadadora e advogada, documentos médicos indicam que a causa foi asfixia por afogamento, o que contraria a versão inicial de “mal-estar” divulgada publicamente pela instituição e intensifica os questionamentos da família sobre o que ocorreu dentro da piscina. Veja as entrevistas com os pais, irmãos e a advogada na Live.
Segundo a família e a advogada que acompanha o caso, a documentação médica não confirma a versão inicial de “mal-estar” ou “mau súbito”, divulgada em comunicações públicas, e aponta para asfixia por afogamento, com tempo prolongado de submersão, suficiente para provocar lesões cerebrais irreversíveis.

Diuliene em uma piscina
Foto: Arquivo pessoal / Divulgação
Aula em piscina grande e com alunos mais jovens
De acordo com a advogada Stephany Bicalho, Diuliene frequentava as aulas de natação na USIPA de terça a sexta-feira. A atividade ocorria entre 8h e 9h, em formato coletivo, com participação de crianças, adolescentes e outros alunos.
Por ter deficiência cognitiva, Diuliene demandava atenção e supervisão mais próximas. Segundo a advogada, essa condição exigiria cuidados redobrados por se tratar de atividade aquática, ambiente reconhecido como de risco mesmo para pessoas sem deficiência.
Para a defesa, a necessidade de vigilância constante se intensifica em piscinas de grande porte, especialmente quando há turmas mistas, com diferentes idades e perfis de alunos.
A família afirma que, até o momento, não teve acesso às imagens das câmeras de segurança nem recebeu informações detalhadas do clube sobre pontos considerados essenciais para entender o caso, como:
Segundo a advogada, a falta de dados objetivos deixa a família sem condições de reconstruir o que aconteceu dentro da piscina e de avaliar se houve falhas de supervisão ou na resposta à emergência.
Outro ponto levantado pela defesa é a existência de legislação municipal que determina a obrigatoriedade de guarda-vidas em piscinas coletivas, com critérios vinculados à metragem das piscinas e ao número de usuários.
A advogada ressalta que a norma não se confunde com a simples presença de professores de natação. O papel do instrutor é predominantemente pedagógico, voltado ao ensino e à orientação técnica, não substituindo um profissional dedicado exclusivamente à vigilância e ao salvamento.
Segundo a família, o prontuário médico, a certidão de óbito e as informações do Instituto Médico Legal (IML) não fazem referência a “mau súbito”. Os registros apontariam para asfixia por afogamento, com hipóxia prolongada e lesões cerebrais graves.
O diagnóstico sempre foi afogamento. O pulmão chegou com água, houve hipóxia, lesões cerebrais bilaterais. Não existe mau-estar nos laudos. Ícaro Quites Rodrigues
Após o acidente ocorrido em uma sexta-feira, Diuliene permaneceu internada cerca de cinco dias na UTI e morreu na terça-feira seguinte, em decorrência das complicações.
Foto: Arquivo pessoal
Para os familiares, a utilização do termo “mal-estar” em nota pública da instituição acentuou o sofrimento, por não corresponder ao conteúdo dos laudos médicos, que falam em afogamento. A família questiona por que essa expressão foi adotada e em que se baseou essa versão.
Os parentes também afirmam estar preocupados com a segurança de outros atletas e com a possibilidade de novos episódios. Eles frisam que o objetivo, neste momento, não é apontar culpados, mas esclarecer os fatos e garantir segurança para todos.
Foto: Arquivo pessoal
Descrita pela mãe, Maria da Conceição Rodrigues, como uma jovem extremamente alegre, Diuliene amava nadar, frequentava a igreja, gostava de passeios e viagens e tinha facilidade em fazer amizades.
Segundo a família, ela se destacava por se aproximar das pessoas em diferentes ambientes, como ônibus, trem e igreja, deixando lembranças marcantes por onde passava.
O pai, Nilson Cornélio, relatou que a filha mantinha uma rotina ativa, participando de caminhadas, passeios de bicicleta e convivendo cercada de amigos.
Foto: Arquivo pessoal
A irmã, Diulia Quites Rodrigues, reforça que a principal demanda da família é por respostas claras sobre o que ocorreu dentro da piscina e sobre as condições de segurança no local.
Os familiares destacam que se trata também de uma questão de segurança coletiva, para que outros alunos e atletas não corram riscos semelhantes.
A família faz um apelo para que testemunhas ou pessoas que estavam no local no momento do episódio entrem em contato e compartilhem qualquer informação que possa ajudar a esclarecer a dinâmica dos fatos e o tempo de resposta à emergência.
Nota Usipa
Foto: Divulgação