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Política
PF faz busca e apreensão contra deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy por suspeita de desvio de recursos
Operação autorizada por Flávio Dino no STF investiga suposta organização criminosa que teria usado cota parlamentar, servidores comissionados e empresas de fachada para desvio de verbas, lavagem de dinheiro e pagamentos fictícios
19/12/2025 às 10:37por Redação Plox
19/12/2025 às 10:37
— por Redação Plox
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Os deputados federais Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ) são alvo de uma investigação da Polícia Federal que apura suspeitas de participação em uma organização criminosa voltada à ocultação de valores desviados de recursos públicos. Nesta sexta-feira, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra os parlamentares, em operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Policiais federais apreenderam mais de R$ 400 mil na casa de Sóstenes Cavalcante
Foto: /Polícia Federal
Suspeita de desvio da cota parlamentar e uso de empresas de fachada
Segundo as investigações, uma das linhas de apuração é que os deputados teriam se beneficiado de desvios de recursos da cota parlamentar em “benefício próprio”, com o uso de servidores comissionados no exercício de suas funções e de empresas de fachada para dar aparência de legalidade às despesas.
As buscas também se basearam em indícios de lavagem de dinheiro, com o fracionamento de saques e depósitos para burlar mecanismos de controle bancário. A PF apura ainda o possível uso da cota parlamentar para o pagamento de despesas consideradas “inexistentes ou irregulares”, além de mensagens de WhatsApp que apontariam para pagamentos feitos “por fora”.
Dino autoriza operação e quebra de sigilos
Os elementos reunidos pela PF foram apresentados ao ministro Flávio Dino, do STF, que autorizou a operação desta sexta-feira. O caso faz parte de um inquérito mais amplo que investiga o desvio de recursos públicos por meio do uso irregular de cotas parlamentares.
Na decisão, Dino determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos investigados, medida que deve abranger o período de maio de 2018 a dezembro de 2024. Para o ministro, a “detalhada narrativa fática” apresentada pela PF indica a probabilidade de envolvimento dos alvos em crimes, o que justificaria o afastamento do sigilo.
De acordo com a decisão, há indícios de que recursos públicos tenham sido desviados por meio de contratos supostamente fictícios e posteriormente ocultados, reforçando a suspeita de atuação de uma organização criminosa.
PF apreende R$ 430 mil em espécie na casa de Sóstenes
Durante as diligências, a Polícia Federal apreendeu documentos, aparelhos eletrônicos e aproximadamente R$ 430 mil em dinheiro vivo na residência de Sóstenes Cavalcante, no Distrito Federal. O montante ainda está sendo contabilizado e ficará à disposição das autoridades para análise.
Os celulares dos dois parlamentares também foram recolhidos e serão submetidos à perícia, com o objetivo de identificar possíveis provas que corroborem as suspeitas levantadas pela investigação.
Desdobramento de apuração iniciada em 2024
A ofensiva desta sexta-feira é um desdobramento de uma fase anterior da investigação, iniciada em dezembro de 2024. Naquela etapa, a PF já apurava possíveis crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa em contratos de locação de veículos, que teriam sido usados para “simular” despesas públicas bancadas com recursos da cota parlamentar.
Jordy fala em perseguição; Sóstenes ainda não se manifestou
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Carlos Jordy classificou a operação como uma “perseguição” e negou qualquer irregularidade, afirmando que os contratos investigados teriam sido firmados dentro da legalidade e seguindo as regras de execução das cotas parlamentares. Sóstenes Cavalcante ainda não havia se manifestado publicamente até a última atualização desta reportagem.