Saúde

Brasil registra 4 casos da nova gripe K após alta atípica de H3N2; Saúde reforça importância da vacina

Casos do subclado K da influenza A (H3N2) foram detectados no Pará e em Mato Grosso do Sul; Ministério da Saúde reforça que vacina do SUS e antivirais seguem eficazes e recomenda ampliar a vacinação diante de baixa cobertura

19/12/2025 às 09:28 por Redação Plox

O Brasil identificou quatro casos do subclado K do vírus influenza A (H3N2) após um semestre considerado atípico para a circulação da gripe no país. Segundo o Ministério da Saúde, um dos registros é classificado como caso “importado”, no Pará, enquanto outros três foram detectados no Mato Grosso do Sul e ainda estão em investigação.


Serviços oferecidos estão vacinação contra a gripe (Influenza)

Serviços oferecidos estão vacinação contra a gripe (Influenza)

Foto: Divulgação

A pasta destaca que a vacina disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) segue eficaz para prevenir casos graves e hospitalizações por influenza.

Subclado é uma subdivisão de um mesmo vírus, resultante de pequenas alterações genéticas acumuladas com o tempo. Essas mudanças não configuram um vírus novo, mas podem influenciar seu padrão de circulação e a forma como o organismo responde à infecção.

No caso do Pará, o ministério informa que há associação com viagem internacional e que a amostra foi analisada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Já as três ocorrências no Mato Grosso do Sul tiveram as amostras processadas pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Em ambos os estados, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) identificaram o vírus e encaminharam o material para sequenciamento genético, seguindo os protocolos de vigilância em vigor.

Quadro clínico segue o de uma gripe comum

Especialistas ouvidos ressaltam que o subclado K não traz alterações no padrão de sintomas em relação a outras variantes de influenza A (H3N2).

Não há nenhum sintoma diferente ou característico desse subclado. O quadro clínico é o de uma síndrome gripal típica.

Renato Kfouri, pediatra e infectologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações

Outro diretor da mesma entidade, Juarez Cunha, reforça que também não foram observadas mudanças na duração da doença, que costuma variar de três a sete dias, como em outras gripes. Até o momento, não há indicação de que o subclado K esteja associado a quadros mais prolongados.

Ele destaca ainda que há variação individual na resposta à infecção: há pessoas com sintomas leves e outras que evoluem com manifestações mais intensas, independentemente do subtipo do vírus.

Entre os sinais de alerta para possível agravamento, estão febre alta e prolongada, falta de ar, cansaço intenso, prostração e piora do quadro clínico. Em crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades, a orientação é procurar avaliação médica logo no início dos sintomas.

Os especialistas lembram que hoje há testes rápidos capazes de identificar influenza. Quando o tratamento com antiviral é iniciado precocemente, reduz o risco de gravidade e de complicações, sobretudo em grupos mais vulneráveis.

O que já se sabe sobre a “gripe K”

A chamada “gripe K” não é uma nova doença, mas uma variação do vírus influenza A (H3N2). Até o momento, os dados apontam para as seguintes características:

Não se trata de um novo vírus, e sim de um subclado do influenza A (H3N2).
• Os sintomas permanecem os mesmos da gripe comum, sem manifestações específicas adicionais.
• Não há evidências, até agora, de maior gravidade associada ao subclado K.
• Países como Austrália e Nova Zelândia não registraram aumento de mortes ligado a essa variante.
• A principal diferença observada em outros locais foi uma temporada de gripe mais longa que o habitual.
Grupos de risco seguem inalterados, incluindo idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
• Antivirais continuam eficazes, sobretudo quando usados no início dos sintomas.
• Testes rápidos contribuem para o diagnóstico precoce de influenza.
• A vacinação permanece recomendada principalmente para prevenir formas graves.
Alta cobertura vacinal e vigilância epidemiológica são apontadas como as principais respostas neste momento.

Vigilância reforçada e foco na imunização

A intensificação da vigilância no Brasil ocorre após alerta epidemiológico da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que observou aumento de casos e internações por gripe associados ao subclado K em países do hemisfério norte. O Ministério da Saúde ressalta que, até agora, não há evidências de maior gravidade dos casos registrados no país.

A vigilância da influenza inclui monitoramento contínuo de síndrome gripal e de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), além da investigação imediata de eventos respiratórios incomuns. As ações envolvem diagnóstico precoce, notificação e reforço das medidas de prevenção, com ênfase na vacinação e no acesso a antivirais para grupos de risco.

Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas ofertadas pelo SUS protegem contra formas graves de gripe, incluindo as infecções causadas pelo subclado K. Os grupos vulneráveis contemplados nas campanhas de imunização seguem os mesmos já definidos como prioritários, e a pasta chama atenção para o impacto da baixa adesão vacinal na maior circulação do vírus.

Além da vacina, o SUS disponibiliza gratuitamente antiviral específico para o tratamento da gripe, indicado principalmente para pessoas dos grupos prioritários, com o objetivo de reduzir complicações e hospitalizações.

A recomendação é buscar atendimento de saúde diante de sintomas respiratórios e manter medidas de prevenção, como uso de máscara em caso de sintomas, higienização frequente das mãos e ambientes bem ventilados.

O Ministério da Saúde informa que segue monitorando o cenário nacional e internacional e reforça que a vacinação permanece como a principal estratégia para reduzir internações e evitar desfechos graves relacionados à influenza.
Informações relatadas pelo portal G1.

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