Nova tecnologia no SUS amplia proteção contra bronquiolite em bebês e gestantes

Ministério da Saúde anuncia incorporação de tecnologias para prevenir complicações do VSR em gestantes e bebês

Por Plox

20/02/2025 11h50 - Atualizado há 3 meses

O Ministério da Saúde informou, na última segunda-feira (17), que o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a contar com duas novas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal responsável pelos casos de bronquiolite. A medida inclui a incorporação da vacina Abrysvo, da Pfizer, e do anticorpo monoclonal Beyfortus, da Sanofi. A portaria oficializando a decisão deve ser publicada nos próximos dias.

Foto: Reprodução

Proteção ampliada para gestantes e bebês

As novas tecnologias incorporadas são o anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para bebês prematuros e crianças de até dois anos com comorbidades, e a vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B, aplicada em gestantes para garantir proteção aos recém-nascidos nos primeiros meses de vida.

Segundo o Ministério da Saúde, essa estratégia permitirá a proteção de aproximadamente 2 milhões de bebês em sua fase mais vulnerável a complicações respiratórias. Além disso, a imunização das gestantes pode evitar até 28 mil internações por ano.

“A introdução dessas tecnologias representa um avanço significativo na proteção das nossas crianças, com redução das internações diante do alto número de casos. É um marco da nossa política de imunização e no cuidado de gestantes e bebês”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Impacto do VSR nas internações infantis

De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), o VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e por até 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Estima-se que uma em cada cinco crianças infectadas pelo vírus necessite de atendimento ambulatorial, enquanto uma a cada 50 seja hospitalizada no primeiro ano de vida.

Entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros (menos de 37 semanas) devido a complicações ligadas ao VSR, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.

Ampliação da cobertura vacinal

Até então, a principal alternativa disponível no SUS para prevenção do VSR era o palivizumabe, indicado para bebês prematuros extremos (com até 28 semanas de gestação) e crianças de até dois anos com doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita grave. Com a chegada do nirsevimabe, a expectativa é ampliar a cobertura para mais 300 mil crianças além do público-alvo já atendido.

A vacina para gestantes, por sua vez, tem potencial para beneficiar cerca de 2 milhões de recém-nascidos, oferecendo proteção desde os primeiros meses de vida.

Como funcionam as novas tecnologias

Nirsevimabe (Beyfortus): Trata-se de um anticorpo monoclonal que fornece proteção imediata contra o VSR, sem necessidade de estimular o sistema imunológico do bebê a produzir seus próprios anticorpos. Isso o torna especialmente eficaz para prematuros e crianças com menos de dois anos que possuam comorbidades.

Vacina Abrysvo: Recombinante contra os vírus sinciciais A e B, ela induz resposta imunológica na mãe, garantindo que o bebê já nasça com anticorpos, protegendo-o durante os primeiros meses de vida, fase de maior vulnerabilidade.

A iniciativa faz parte da estratégia conjunta da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (SAPS), do Programa Nacional de Imunizações (SVSA) e do Departamento de Assistência Farmacêutica (SECTICS). Com essa incorporação, o Ministério da Saúde reforça seu compromisso em reduzir a mortalidade infantil e aliviar a sobrecarga do sistema de saúde, especialmente nos períodos de maior circulação do VSR.

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