Suposto herdeiro diz que Gugu Liberato não é filho de Maria do Céu

A disputa judicial envolvendo Ricardo Rocha, que afirma ser filho do apresentador Gugu Liberato, ganhou um novo capítulo. Mesmo após um exame de DNA, a Justiça decidiu reabrir o caso depois que a defesa do empresário apresentou documentos que indicam que Gugu não seria filho biológico de Maria do Céu. A alegação coloca em xeque a validade do teste de paternidade realizado entre Rocha e a mãe do comunicador.

Origem da contestação

Os advogados de Ricardo Rocha sustentam que Gugu seria, na verdade, filho de um de seus tios maternos, Germana Morais ou Antonio Augusto Morais, irmãos de Maria do Céu. Segundo essa tese, a mãe do apresentador teria registrado o sobrinho como seu filho para evitar repercussões sociais para a verdadeira mãe.

Os documentos apresentados para sustentar essa versão contêm registros da chegada da família de Gugu ao Brasil. Maria do Céu Morais, Augusto Claudino Liberato e Amandio Liberato, pais e irmão mais velho do apresentador, desembarcaram no país em 26 de março de 1952. Já os avós e os tios maternos, incluindo os nomes citados na investigação, chegaram um pouco depois, em 6 de maio do mesmo ano.

A certidão de nascimento do apresentador informa que ele nasceu em 10 de abril de 1959, sendo registrado oficialmente apenas 20 dias depois pela própria Maria do Céu. A defesa de Ricardo Rocha alega que esse detalhe é incomum para a época, pois mulheres recém-paridas geralmente cumpriam um período de resguardo e dificilmente compareciam pessoalmente ao cartório para registrar os filhos.

Duas hipóteses para a origem de Gugu

A partir desses indícios, os advogados do suposto herdeiro levantam duas hipóteses. A primeira sugere que Gugu seria filho de Germana Morais, que tinha apenas 16 anos quando ele nasceu. Para evitar que a irmã sofresse preconceito, Maria do Céu teria assumido a criança como sua.

A segunda possibilidade, considerada mais plausível pela defesa, aponta que o verdadeiro pai de Gugu seria Antonio Augusto Morais, irmão de Maria do Céu. Ele teria tido um relacionamento antes da morte, que ocorreu quatro meses antes do nascimento do apresentador. Assim, Maria do Céu teria criado o sobrinho como filho.

Se essa hipótese for confirmada, explicaria o motivo pelo qual o teste de DNA entre Maria do Céu e Ricardo Rocha deu negativo. Afinal, se Gugu não fosse biologicamente filho dela, o exame não teria como atestar um vínculo genético entre ela e o empresário que reivindica a herança.

Análises genéticas e possível exumação

Um ponto central para a reabertura do caso é um parecer de um geneticista contratado pela defesa de Ricardo Rocha. Segundo ele, apesar de o exame de DNA com Maria do Céu ter dado negativo, foi identificada uma similaridade genética superior a 90% entre Ricardo Rocha e familiares de Gugu.

Além disso, os testes indicam que o DNA de Ricardo tem origem em Bragança, Portugal, mesma cidade da família de Gugu. Esse achado reforça a tese de parentesco entre os dois. Diante dessas novas evidências, a defesa de Ricardo Rocha não descarta solicitar a exumação do corpo do apresentador para um novo exame genético.

O desdobramento do caso promete ser longo, já que envolve um dos patrimônios mais disputados do Brasil e traz questionamentos sobre a própria identidade do apresentador.