Decisão sobre autotestes de dengue é adiada pela Anvisa
Anvisa e Ministério da Saúde continuam alinhamentos para implementação de autotestes no Brasil, focando em política pública eficaz
Por Plox
20/03/2024 08h20 - Atualizado há 9 meses
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) postergou a decisão sobre permitir a comercialização de autotestes para detecção da dengue no Brasil, prevista para ser discutida na reunião de terça-feira (19) da diretoria colegiada. O adiamento foi solicitado pelo diretor Daniel Pereira, destacando a necessidade de prosseguir com os alinhamentos entre a Anvisa e o Ministério da Saúde, considerando a importância de estabelecer uma política pública adequada para o diagnóstico de uma doença de notificação compulsória como a dengue.
Discussões em Andamento
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, havia mencionado anteriormente que as negociações para a comercialização dos autotestes estavam avançando em colaboração com o Ministério da Saúde. Essa parceria visa desenvolver uma política que permita a notificação dos casos de dengue detectados por autotestes aos sistemas de monitoramento nacional, garantindo a correta contabilização dos casos em todo o território brasileiro.
Marília Santini, coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde, confirmou as discussões com a Anvisa. Ela esclareceu que o teste rápido e o autoteste são, em essência, o mesmo produto, diferindo apenas no executor do teste - um profissional de saúde ou o próprio paciente, respectivamente.
Contexto da Dengue e Autotestes
A implementação dos autotestes para dengue traz desafios únicos, diferentemente do cenário com a COVID-19, onde o autoteste tinha como objetivo facilitar o isolamento para interromper a cadeia de transmissão do vírus. No caso da dengue, a transmissão ocorre exclusivamente pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, tornando o papel dos autotestes focado no diagnóstico precoce e na orientação para busca de tratamento adequado.