"Alexandre de Moraes já passou dos limites"; políticos, governo e até colegas do STF querem freá-lo

Crescem as vozes no governo e no Judiciário por moderação nas ações do ministro

Por Plox

20/04/2024 15h39 - Atualizado há 13 dias

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enfrenta um período de crescente contestação. Suas recentes ações têm gerado fricções, levando a questionamentos sobre a extensão de sua atuação na corte. Figuras do Congresso, do governo e até mesmo colegas de STF, que antes o apoiavam, começam a sugerir a necessidade de uma mudança em sua postura. 

Foto: Agência Brasil


A fala de bolsonarista de que foi instituída no Brasil uma “ditadura do judiciário”,  que se intitula de democracia para justificar atos de ditadura, principalmente contra manifestantes de direita, ganha força. Começaram as reações para conter o que são atos que teriam sido extrapolados. para uns já fora da legalidade, agravados por virem das mão de um integrantes da mais alta corte do país, que deveria ser a maior guardiã da verdadeira justiça.
 

Essas lideranças, embora continuem a reconhecer a importância de Moraes na defesa das instituições democráticas, apontam que ajustes são essenciais para diminuir a tensão gerada por seus recentes embates. Isso inclui, por exemplo, os confrontos no Parlamento e as polêmicas decisões sobre o bloqueio de contas na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter. Esta última medida atraiu críticas internacionais, incluindo do empresário Elon Musk e políticos dos Estados Unidos.

O ministro tem sido um ponto focal desde que começou a relatar inquéritos direcionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seus aliados, e grupos acusados de tentar obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo com o respaldo da maioria dos ministros do STF às suas decisões, há quem, em conversas reservadas, expresse ressalvas à sua conduta.

Internamente, o STF enfrenta um momento delicado. Enquanto alguns magistrados argumentam que as críticas antes direcionadas a Moraes agora se voltam contra toda a corte, outros acreditam que é necessário concluir rapidamente inquéritos controversos, como os das fake news e das milícias digitais, que estão abertos há mais de quatro anos.

A necessidade de uma postura mais contida é vista como crucial não apenas para proteger a imagem do Supremo, mas também para melhorar as relações com o Congresso. Isso é especialmente pertinente diante da possibilidade de novas crises, como sugere o movimento dentro do PL, partido de Bolsonaro, que está empenhado em ganhar influência no Senado.

Apesar das pressões, um recuo abrupto de Moraes é visto como improvável e até inapropriado, pois poderia transmitir uma imagem de fraqueza da corte. No entanto, o clima é de apreensão, como mostra a recente mobilização de Moraes, que incluiu encontros com figuras importantes como o presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira, para fortalecer sua posição e discutir o clima político atual.

O desfecho das investigações que Moraes lidera parece estar próximo, o que, por sua vez, pode ser uma oportunidade para uma melhora nas tensões institucionais. No entanto, a percepção é que desafios significativos permanecem, especialmente se aliados de Bolsonaro continuarem buscando confrontos para desestabilizar sua posição no STF.

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