Brasil ocupa última posição em ranking de competitividade industrial
Estudo da CNI aponta dificuldades em educação, ambiente econômico e desenvolvimento humano como principais entraves
Por Plox
20/04/2025 07h51 - Atualizado há 5 dias
O Brasil registrou o pior desempenho entre 18 países analisados no mais recente ranking de competitividade industrial elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento considerou oito macroindicadores que influenciam a performance da indústria no mercado global, e o país apareceu na última posição do estudo.

Os aspectos que mais contribuíram para o resultado negativo foram o Ambiente Econômico, Desenvolvimento Humano e Trabalho, além da Educação. Nessas três categorias, o Brasil amargou a 18ª colocação. O custo elevado do financiamento, impulsionado por uma taxa Selic de 14,25% ao ano, foi apontado como um entrave crônico no ambiente econômico. O sistema tributário, considerado complexo e oneroso, também foi citado como um dos obstáculos ao crescimento industrial.
A CNI avalia que a recente reforma tributária pode representar um avanço, mas ressalta a importância de regulamentações cautelosas para evitar que exceções tributárias elevem demais a alíquota média do novo imposto sobre o consumo.
“É fundamental que a regulamentação da reforma tributária não comprometa sua eficácia com muitas exceções”, alerta a entidade.
No recorte de Desenvolvimento Humano e Trabalho, o Brasil ficou na retaguarda, enquanto a Coreia do Sul lidera esse item. Problemas em áreas como saúde e segurança no trabalho, além de relações trabalhistas e inclusão social, explicam a colocação brasileira. O país ocupou posições próximas do fim em subcategorias como Diversidade, Equidade e Inclusão (penúltimo lugar), Saúde e Segurança (15ª posição) e Relações de Trabalho (16ª colocação).
Já em Educação, a formação técnica limitada e o baixo número de profissionais qualificados nas áreas de ciência e tecnologia colocaram o Brasil novamente na última posição. A Alemanha lidera esse indicador, com uma forte base educacional voltada para a inovação e o mercado de trabalho.
Nos demais indicadores, o Brasil também teve desempenho fraco. Em Comércio e Integração Internacional, liderado pelos Estados Unidos, o país ficou em 14° lugar. Nesse item, a dificuldade de integrar a indústria brasileira ao mercado global e a baixa presença em exportações de produtos de média e alta tecnologia pesaram no resultado.
Na infraestrutura, outro gargalo histórico, o Brasil aparece em 15º lugar. A mesma posição foi registrada no macroindicador de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Tecnologia. No entanto, no subitem que avalia Ciência, Tecnologia e Inovação, houve um respiro: o país alcançou a 12ª posição.
Um dos poucos destaques positivos do estudo está relacionado à sustentabilidade. No critério Baixo Carbono e Recursos Naturais, o Brasil alcançou a 12ª colocação, com desempenho expressivo no subitem de descarbonização, onde ficou em segundo lugar.
Esta edição do ranking trouxe uma nova abordagem metodológica, priorizando países com perfis industriais similares ao do Brasil e que atuam em mercados semelhantes, tanto em importações quanto em exportações. Os países comparados foram Coreia do Sul, Países Baixos, Canadá, Reino Unido, China, Alemanha, Itália, Espanha, Rússia, Estados Unidos, Turquia, Chile, Índia, Argentina, Peru, Colômbia e México.
Confira abaixo o ranking geral de competitividade industrial da CNI (2023-2024):
1º Países Baixos
2º Estados Unidos
3º Coreia do Sul
4º Alemanha
5º Reino Unido
6º China
7º Itália
8º Canadá
9º Espanha
10º Turquia
11º Rússia
12º Índia
13º México
14º Chile
15º Argentina
16º Colômbia
17º Peru
18º Brasil